quarta-feira, 9 de março de 2011

TOMOU POSSE O PRESIDENTE DA REPÚBLICA PORTUGUESA! (NÃO DE PORTUGAL)


Esta tarde, no Hemicíclico da Assembleia da República, decorreu atomada de posse, para 2.º Mandato, do Professor Doutor Aníbal CavacoSilva, na qualidade de Presidente da República Portuguesa.

Presidente da República Portuguesa, mas não de Portugal.

Presidente da República Portuguesa, mas não de todos os Portugueses.

Presidenteda República Portuguesa, mas não daqueles, que, portanto,evidentemente, não votaram nele ou nem votaram ou votaram nulo.

Presidente, no fundo, de uma minoria de Portugueses, cerca de 23%.

Sendoque a maioria não votou nele, na realidade e que a abstenção demonstroutotalmente a falta de interesse das pessoas pela eleição presidencial.

Nãoponho em causa a pessoa. Longe disso. O Professor Cavaco Silva merecetoda a consideração e respeito. Não quero dizer que ele não queirafazer o seu melhor por Portugal enquanto Presidente da República, longedisso!

O que quero dizer apenas é que, por um lado nesta tomadade posse, o Presidente reempossado deu um valente “puxão de orelhas” aoactual Governo;

Que esse “puxão de orelhas” teve por diversos momentos do discurso, o aplauso do centro-direita parlamentar;

Levando a concluir, o que já é mais do que óbvio:

APresidência da República Portuguesa não é Instituição de representaçãode Portugal, como um todo, mas apenas e só daqueles que,aritmeticamente, votaram nela. E assim, nenhum Presidente, podeverdadeiramente ser independente, quando só tem o apoio de uma parte dasociedade. Não é, finalmente, uma instituição que se possa considerar,racionalmente, honesta, porque, por muito que oficialmente, oPresidente representa Portugal, acaba sempre, quer queira ou não, porser o Presidente de uns contra os outros. Ninguém da esquerda aplaudiuo discurso do Presidente agora reempossado.

É esta a chefia do Estado que Portugal tem.

Dadaa crise que vivemos, é tempo de reflexão. É por demais evidente, quepodemos estar à beira de ter o FMI – Fundo Monetário Internacional agerir as nossas contas públicas.

Assim sendo, creio que édemasiado obvio, que Cavaco Silva, deve ser apelidado o “último”Presidente da República e, por isso mesmo, temos a partir da presentedata, 5 anos, para preparar a mudança de regime.

E não temos muitas escolhas.

Nãobastará mudar de governo. A República está no seu fim, e o ambiente quese viveu hoje na Assembleia foi sinónimo disso mesmo. Se queremosmudar, temos que fazer por isso.

Defender a Monarquia com o conhecimento do presente.

Chegade História para defender a Monarquia. A Monarquia Portuguesa vale porsi própria. Temos que olhar para o presente e dizer aos Portugueses quea Monarquia é o melhor regime político. E não devemos defender aMonarquia, só porque outros países têm melhor índice de desenvolvimentohumano. São Países bem diferentes da realidade portuguesa e têm umacultura política, que Portugal, na verdade, nunca teve.

Nãopodemos ambicionar sermos o que não seremos tão depressa. Portugal temproblemas estruturais muito sérios. Primeiro há que resolver essesmesmos problemas e só depois poderemos pensar em termos mais ambição.

AMonarquia, faz sentido, acusando a república de negligência política aolongo destes 36 anos de Democracia. E fazendo tal acusação, bastaráfazer a lista do porquê de tamanha acusação.

Os Portuguesesambicionam um outro futuro para si e os seus jovens. Caberá à Monarquiadar-lhes esse futuro. É uma tarefa que se não for bem pensada poderáfracassar e o País entrar num buraco sem fundo!

A defesa daMonarquia, assim, só poderá fazer sentido, olhando politicamente para oque é este regime hoje na Europa, pois é onde Portugal se encontra.

Defendera memória histórica da Monarquia é importante, mas seria talvez melhor,fazer livros sobre a História do Pensamento Monárquico no século XX.Haveria muito para se falar.

Agora defender a Monarquia, teráque ser com base em conhecimento político actual da realidade do País ede como funcionam as Monarquias cuja dimensão dos vários países seassemelhe a Portugal.

Temos 5 anos a partir de agora, para mostrarmos o que valemos. FMI ou Monarquia. Está nas mãos dos Portugueses!

David Garcia

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