segunda-feira, 14 de março de 2011

O PALÁCIO DE BELÉM


Não há coisa mais inapropriada que ver presidentes em palácios, galinhas em São Bento ou peixinhos fora de água.
Deipor mim a tirar estas brilhantes conclusões enquanto ouvia ummordomo-mor (ou coisa parecida) que muito compenetrado nos introduziana intimidade do palácio de Belém. Por estes dias residência oficialdo PR.
Eusei que o palácio é do povo mas as casas do povo não são assim; seitambém que ele é o eleito mas o sufrágio não nos pergunta se o eleitodeve habitar em palácios, nem tão pouco que se devam construir paláciospara o efeito. Além disso, não me parece boa ideia utilizar a casa, olar, onde viviam as régias pessoas para lá meter os seus adversáriospolíticos, quando não inimigos. Acho um abuso.
Entretanto,a visita guiada prosseguiu até à sala de audiências. Aqui chegados, onosso cicerone anuncia solene: - esta é a divisão mais importante dopalácio!
Espereiver um trono, mas não. Imaginei um manto, uma coroa, também não.Descansei, a novidade resumia-se a uma mesa redonda, com duas cadeiras,uma mesa de trabalho para as habituais reuniões com o PM!
Nãovou discutir a utilidade das reuniões, mas se é para trabalhar, umpalácio parece-me um exagero. Se não é para trabalhar, se o palácioserve apenas para receber outros chefes de estado, não havianecessidade.
Explico:- se os ilustres convidados forem presidentes de repúblicas continua anão fazer sentido andarem a pavonear-se em palácios; se por outro ladoforem Reis (ou Rainhas) não vale a pena aparentar aquilo que não se é.Os Reis compreendem perfeitamente e até ficam aliviados.
Umasugestão: sejam criativos, recebam as altas individualidades na docaseca, junto às gravuras rupestres de Foz Côa, na bancada VIP do estádioda Luz, eu sei lá, há tanto sítio representativo do Portugalrepublicano.
Saudações monárquicas 

JSM

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