domingo, 31 de julho de 2011

PERGUNTAS E RESPOSTAS SOBRE MONARQUIA E REPÚBLICA


1- É verdade que no regime republicano todos os cargos públicos são elegíveis?

R: Não. Os membros do Conselho de Estado, o PGR, os juízes dos diversos Tribunais Supremos, o presidente do banco de Portugal, as chefias das Forças Armadas e das forças militarizadas, não são eleitos, obedecendo a nomeação, à confiança política da tutela

2- Porque razão a república portuguesa é mais dispendiosa para o contribuinte do que qualquer uma das monarquias europeias?

R: Porque a função política do presidente não pode corresponder exactamente a uma imparcialidade que devia ser a norma. O presidente da república depende em primeiro lugar, das forças políticas que patrocinaram a sua candidatura e depois, dos grandes interesses económicos que a subsidiaram. Torna-se normal a  necessidade de criar um núcleo de colaboradores da sua confiança política , nomeando-se dezenas de assessores que custam muito dinheiro ao Estado. Desta  forma cria-se uma rede de influências que se tornam num contrapoder ao governo em exercício. Os orçamentos para as casas reais europeias são mais baixos,  porque o pessoal que serve a Coroa é em número bastante reduzido, não dependendo do favor de qualquer partido no poder ou na oposição.

3- Porque razão a generalidade dos países monárquicos europeus beneficiam de mais estabilidade política do que as repúblicas?

R: Exactamente porque os reis não intervêm no jogo partidário, ajudando a resolver muitas das crises provocadas pela luta político-partidária. A Monarquia oferece  uma perspectiva de estabilidade e de segurança institucional que permite aos governos proceder no Parlamento, às reformas necessárias ou desejadas pela   maioria dos cidadãos num dado momento histórico.

4- Porque razão quase todas as monarquias europeias beneficiam da descentralização administrativa e as repúblicas tendem a ser maioritariamente unitárias como a  portuguesa?

R: Porque a existência da Coroa oferece uma total garantia da unidade territorial de um país que seja formado por diferentes grupos nacionais: na Europa, o caso da  Bélgica e da Espanha são bons exemplos da necessidade absoluta da manutenção da Monarquia para a própria existência do Estado.

5- Porque razão as existentes monarquias europeias contribuem muito para o prestígio dos países?

R: Devido sobretudo, à função suprapartidária do rei e da visibilidade que este aporta à comunidade. Internacionalmente, o rei é a primeira imagem que se tem de um determinado país, até porque representa a história e as tradições que caracterizam os povos onde reinam.

6- Costuma dizer-se que as monarquias europeias são como empresas lucrativas. Porquê?

R: Porque em geral estão associadas ao que de melhor um país produz. Tem a marca da qualidade e do bom gosto, sendo um excelente exemplo a apresentar  internacionalmente. Além disso, criou-se uma grande indústria de lembranças e colecções que dão trabalho a muita gente e que com as vendas, trazem aos cofres do estado importantes quantias em impostos, direitos de reprodução, etc. A indústria das louças, a ourivesaria, a indústria livreira, as marcas autorizadas a  usar o símbolo da casa real, consistem em alguns dos sectores que muito beneficiam com a existência da Monarquia.

7- Durante a  Segunda Guerra Mundial, os invasores pretendiam antes de tudo, aprisionar as famílias reais dos países conquistados. porquê?

R: Porque quando invadiam um país, tinham a perfeita consciência do que significava para a população a figura do rei. O rei representava o povo inteiro e a própria  soberania nacional. Partindo para o exílio, os monarcas conseguiam agrupar soldados, reforçar o espírito de resistência e principalmente, retiravam aos  invasores, a legitimidade política de poderem falar em nome de um determinado povo, mesmo que organizassem governos fantoches que os apoiavam. Em  Portugal, até temos o exemplo de D. João VI que ao mudar a capital de Portugal para o Rio de Janeiro, salvou a independência nacional, a unidade do império português e acabou por conseguir mobilizar a nossa população que derrotaria os exércitos de Napoleão. O mesmo não aconteceu com as repúblicas invadidas e ocupadas e temos o exemplo da França, onde se criou um vazio de poder que levou à constituição de um governo republicano colaboracionista, dividindo traumaticamente o país em múltiplas facções.

IMPRENSA: S.A.R., DOM DUARTE PIO DE BRAGANÇA É CONFRADE DO VINHO VILARINHO

Revista Caras de 30 de Julho de 2011

sábado, 30 de julho de 2011

FALTA UMA SEMANA PARA A APRESENTAÇÃO PÚBLICA DO ELMO DE DOM SEBASTIÃO

A REUNIÃO DE APRESENTAÇÃO DO ELMO DE D. SEBASTIÃO terá lugar no DOMINGO, dia 7 de Agosto, pelas 16 horas, na QUINTA WIMMER (Estrada Nacional 117, ao km 10), em BELAS.
São convidadas todas as pessoas que sentem AMOR POR PORTUGAL e curiosidade de saber acerca do REGRESSO DO ELMO DE ALCÁCER-QUIBIR.
Haverá uma exposição, com cerca de 25 vitrinas contendo centenas de objectos ligados à temática de D. SEBASTIÃO, para nos aproximar mais da época do DESEJADO.
Os três palestrantes serão:
1º O Embaixador Professor Doutor Jorge Preto, que nos falará sobre D. Sebastião e o mito lusíada que ele inspirou.
2º Rainer Daehnhardt, cuja temática será o regresso do elmo e o que as "feridas" nos contam.
3º O Ten. Cor. pilav. João José Brandão Ferreira, que nos falará sobre a importância do reaparecimento do Elmo de D. Sebastião na nossa geração.
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Pede-se aos membros diplomados do Núcleo dos Amigos do Elmo, que venham duas horas mais cedo (pelas 14 horas), para que, individualmente, possam ter o ELMO DE D. SEBASTIÃO, por um instante, nas suas próprias mãos.
A partir das 15 horas, voltará à sua vitrina (montada então no Pavilhão Indo-Português), onde poderá ser visto por todos, a partir das 16 horas.

Saudações sebastianistas,
Rainer Daehnhardt

O PAÍS IGNORA OS 9 SÉCULOS DO NASCIMENTO DE AFONSO HENRIQUES

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Fonte: O Diabo

DUAS INFANTAS DE PORTUGAL

As Infantas Maria Benedicta e Isabel Maria, irmãs de Dom Duarte Nuno, respectivamente com quatro e seis anos, filhas mais velhas do segundo casamento de Dom Miguel II com a Princesa Maria Teresa de Lowenstein-Wertheim-Rosenberg, realizado a 7 de Novembro de 1893.
Apesar de viverem no exílio, vestem ambas trajes típicos do Minho.

sexta-feira, 29 de julho de 2011

EL-REI DOM MANUEL II NO BUÇACO

O Rei Dom Manuel II e o Duque de Wellington (neto) fotografados no Bussaco em 1910
(Clique na imagem para ampliar)
 
Um dos últimos acontecimentos que teve participação real decorreu quanto das comemorações dos cem anos da batalha do Bussaco , no dia 27 de Setembro de 1910.
 
O Rei deslocou-se ao Bussaco em comboio especial naquele que foi um dos últimos actos públicos do Governo e da Monarquia participando directamente nas cerimónias com grande brilhantismo e com a presença de altas personalidades, entre elas o neto do Duque de Wellington, Lord Arthur Charles Wellesley, neto do Duque General. Presentes também os ministros da Guerra e dos Negócios Estrangeiros que acompanharam o Rei na sua deslocação.
 
Durante a visita, que decorreu com pompa e circunstância, não deixou de se respirar o pesado ambiente de instabilidade politica que se vivia na altura e que terminou alguns dias depois na revolução republicana do cinco de Outubro. El-Rei Dom Manuel inaugurou o Museu Militar do Buçaco, instituição que subsiste hoje associada na sua fundação à figura do Rei e ao seu pequeno reinado.
 
O cenário posterior é o muro da mata junto à Porta de Sula, local onde se travou parte da batalha.

(Clique na imagem para ampliar)
 
El Rei empunha a bandeira do centenário perante o Bispo que procede à benção do estandarte. Na mesma foto , em cima, o pelotão fardado à época em plena missa campal. (Revista Brasil-Portugal). Depois desta cerimónia Dom Manuel reinou apenas sete dias, até ao 5 de Outubro.

DUAS RAINHAS EM PARIS


Imperdível esta deliciosa crónica de Novais Teixeira originalmente publicada n'O Primeiro de Janeiro, a 25 de Outubro de 1953

Não sei bem se esta soberana familiaridade com que Paris recebe e trata as Majestades estrangeiras não oculta um despeito: o de não ter também o seu Rei e a sua Rainha. Porque em Paris há de tudo — ela o sabe bem! — menos o comando da realeza.

Pelo fim trágico de Luís XVI se depreende que Paris prefere o sr. Auriol no Palácio do Eliseu a qualquer titular de sangue real. Mas se os reis fossem apenas honrarias e efeitos decorativos, os parisienses gostariam de ter no Palácio de Versalhes um Orléans legítimo misturado com as fontes luminosas. Faz parte esse gosto pelas figuras reais deste adorável «provincianismo» da capital, de que todos se apercebem menos os parisienses, porque um parisiense é demasiado actor da grande cena para compreender bem Paris.

Por aqui anda o Conde de Paris, pretendente ao trono da França, sumido na massa anónima da capital. Só lhe falta o cesto das compras e o pão debaixo do braço para ser, na iconografia doméstica do seu quartier, um parisiense autêntico. Pudesse, porém, a falta de ceptro não implicar na falta de europeis reais, como deliraria o povo de Paris com esse impossível majestático na pessoa do seu Conde!

Duas rainhas honram hoje com a sua presença as ruas da capital: a rainha Juliana da Holanda e a rainha Frederica da Grécia. A rainha Juliana é uma holandesa típica, isto é, uma francesa da província, plasticamente considerada; a rainha Frederica, uma perfeita parisiense, isto é, cintura de vespa, 58 centímetros, segundo registo das fitas métricas dos costureiros de Paris. Juliana veio à terra de São Luís para espairecer; Frederica para se vestir. Uma foi vista na Rue Rivoli, colada às vitrinas da bijouterie turística, bon marché; outra na Avenue Montaigne, rondando a casa de Christian Dior.

Os holandeses têm em alto conceito a sua Rainha. Menos autoritária que a rainha Guilhermina, é todavia Senhora de mais autoridade. Seus conselhos são sábios; seus ouvidos, atentos aos negócios do Estado. Não é apenas respeito hierárquico o que lhe mostram os seus Ministros, mas o que se tem por uma dama que chegou com condições intrínsecas à Suprema Magistratura do país. No jardim dos seus sentimentos mais íntimos, os holandeses cuidam do afecto pela sua Rainha com a mesma amorosa solicitude com que tratam das suas papoulas de mais alto preço. O sorriso franco e simples da rainha Juliana seduz também os parisienses.

Sua Majestade jantou um dia destes, de incognito, em uma rôtisserie do Boulevard de Clichy, que é o boulevard classe média por excelência; hors-d'oeuvres variados, pilaf de lagosta, queijo de cabra e café do Brasil. Acompanhava-a o príncipe Bernhard de Lippe, seu marido. Depois botou conversa com um casal desconhecido da mesa do lado, ao estilo de Paris, e foram os quatro deambular por Pigalle, perdidos na multidão. Há quem visse Juliana diante dum pim-pam-pum com jeito de pegar na bola de trapo. O príncipe Bernhard foi no dia seguinte a Rambouillet caçar faisão com o presidente Auriol. A Rainha preferiu Chantilly e as preciosidades da pinacoteca do seu castelo.

Uma Rainha compenetrada com o seu povo está automaticamente compenetrada com todos os povos do mundo. O respeito por uma realeza popular não se detém nos domínios da sua jurisdição. Paris põe à disposição da rainha da Holanda os seus pimpam- puns e a sua familiaridade. Difícil conquista esta, a da familiaridade dum povo tão… comunista como o de Paris! Eis uma conquista que ainda não fez o sr. Maurice Thorez. Experimentem acercarem-se do secretário-geral do Partido Comunista Francês! O seu ceptro exige mais distâncias que o dos Reis!… As Majestades vermelhas estão mais expostas aos acidentes cardíacos.

Novais Teixeira, O Primeiro de Janeiro, Porto, 25 de Outubro de 1953, pp. 1, 2

Agradecimentos a Vasco Rosa

Publicado por João Távora no blogue da Real Associação de Lisboa

UM EUROPEU DE REFERÊNCIA, POR ADRIANO MOREIRA

Morreu há poucos dias o Doutor Otto de Habsburgo, arquiduque da Áustria, chefe da antiga família imperial, mas sobretudo um cristão que dedicou a longa vida quase centenária à unidade, em paz, da Europa que destruiu a sua proeminência mundial com duas guerras a que chamou mundiais, e foram apenas as guerras civis de piores consequências dos povos europeus. A de 1914-1918, como é frequentemente recordado, teve o início do seu percurso brutal no assassínio do arquiduque Francisco Fernando, e da sua mulher, a duquesa de Hohenberg, quando, na qualidade de príncipe herdeiro, visitava Sarajevo, na Bósnia, morto em 28 de Junho de 1914, por um suposto modesto executor da vontade de outros decisores políticos. Em 23 de Julho a Áustria enviou um severo ultimato à Sérvia, cinco dias depois declarou-lhe a guerra, e a tradicional e abalada balança de poderes foi obedecendo à lei da natureza das coisas até ao desastre chamado paz, que haveria de ser completado pela guerra de 1939-1945. O Império Austro-Húngaro foi desfeito, dando origem a quatro novos Estados, avaliando-se as perdas de vidas em 10 milhões de pessoas, cabendo à Áustria-Hungria 1 100 000. A família imperial abandonou o poder com honra e sem fortuna, recebeu acolhimento em Portugal, tendo o antigo imperador Carlos morrido na ilha da Madeira, onde se encontra e ficará o seu túmulo. O então pequeno Otão teria para sempre uma devoção total por Portugal, cuja língua falava, e, doutorando-se em Lovaina, transformou a tragédia familiar em sabedoria, e assumiu uma luta intelectual, e política, pela unidade europeia, uma decisão reforçada, e não desanimada, pela segunda guerra mundial, muitíssimo mais destruidora de vidas e bens do que a primeira, real ponto final na supremacia mundial europeia, e por isso mais exigente do regresso à regularmente pregada política da unidade. O seu instrumento institucional de intervenção foi principalmente o Centro Europeu de Informação e Documentação, a par da doutrinação em jornais, em conferências e congressos internacionais, em livros doutrinais, tendo criado uma rede de centros na Europa ocidental, incluindo Lisboa, e participado na campanha radiofónica para o Leste europeu no sentido de animar a libertação dos satélites. Muito inspirado pela doutrina social da Igreja, não pode compreender-se totalmente o papel da democracia-cristã, no movimento da unidade europeia, sem ter em conta a sua incansável pregação. Na crise do Império Euromundista, em cujo final se inscreve a retirada portuguesa, ainda neste caso o seu interesse activo se manifestou, quer internacionalmente quer em visitas aos territórios do então ultramar português, inquirindo e sugerindo soluções políticas que abrissem caminho a uma nova solidariedade em paz e cooperação. Nesta cruzada, a sua intervenção não pode ser desassociada da intervenção notável de Richard de Coudenhove-Kalergi, um dos maiores europeístas do século XX, e cuja Fundação ainda se encontra activa, embora sem a visibilidade dos tempos difíceis que o chamaram ao interesse mundial com o 1.º Congresso Pan-Europeu que se reuniu em Viena de 3 a 6 de Outubro de 1926. Uma das afirmações de Otão de Habsburgo, feita no Liechtenstein em 1958, é talvez a síntese da tarefa a que dedicou a longa vida: “O nosso trabalho para o futuro do nosso continente é portanto lutar em favor da Confederação Europeia.” A Europa reconheceu o seu contributo, entre outras consagrações, mantendo-o como deputado, no Parlamento Europeu, durante duas décadas. A sua Pátria de origem prestou-lhe tributo com as homenagens fúnebres, para as quais fui convidado e não tive, com tristeza, oportunidade de assistir, para prestar tributo ao amigo de tantos anos. Na sua última visita a Portugal, prestou ele homenagem de gratidão ao povo que o acolheu, declarando, em discurso na Universidade Católica, que o corpo de seu Pai, então beatificado pela Igreja Católica, ficaria para sempre na Madeira. A gratidão também tem lugar no projecto europeu.

quinta-feira, 28 de julho de 2011

OS "CATÓLICOS" ADVERSATIVOS

P. Gonçalo Portocarrero de Almada
A Voz da Verdade, 2011-07-17

In memoriam deMaria José Nogueira Pinto,
uma católica nãoadversativa.

A barca de Pedro é como a arca de Noé. Se estaprovidencial embarcação incluía toda a espécie de criaturas que havia à face daterra, também a Igreja congrega uma imensa variedade de almas. Todas as gentes,qualquer que seja a sua raça, a sua cultura, a sua língua ou os seus costumes,desde que legítimos, cabe na barca de Pedro. Por isso, graças a Deus, hácatólicos conservadores e progressistas, de direita e de esquerda, republicanose monárquicos, regionalistas e centralistas, etc.

Se, em política, tudo o que parece é, o mesmo jánão se pode dizer na Igreja. Tal é o caso dos ‘católicos’ adversativos. Muitoembora a designação seja original, a realidade é, infelizmente, do maisprosaico e corrente:

- Eu sou católico, mas...

E, claro, a seguir a esta proposição adversativa,seguem não poucos reparos à doutrina cristã. A saber: eu sou católico, mascreio na reencarnação; eu sou católico, mas defendo o aborto; eu sou católicomas, não acredito no inferno; eu sou católico, mas sou a favor da eutanásia; eusou católico, mas concordo com o casamento entre pessoas do mesmo sexo; etc.,etc., etc.

É verdade que a Igreja acolhe também aqueles que,por desconhecimento ou por debilidade, não conseguem ainda viver de acordo comtodos os seus preceitos. Ao contrário do que pretendiam os cátaros, a Igrejanão é só dos puros ou dos santos, os únicos que são, de facto, cem por centocatólicos. Com efeito, a Igreja não exclui os néscios, nem os fracos que, narealidade, somos quase todos nós. Mas não aceita os nossos erros, nem os nossospecados, antes impõe que, da parte do crente, haja uma firme decisão deconversão.

Esta é, afinal, a diferença entre o pecador e ofariseu: ambos pecam, mas enquanto aquele reconhece-o humildemente e procuraemendar-se, este justifica-se e, em vez de mudar de conduta, desautoriza adoutrina em que, afinal, não crê. O pecador que é sincero no seu propósito desantificação, tem lugar na comunidade dos crentes, mas não quemintencionalmente nega os princípios da fé cristã.   

Na Igreja há certamente margem para a diversidadede pontos de vista, também em matérias doutrinais opináveis, mas não cabedivergência no que respeita aos princípios fundamentais. Um cristão que,consciente e voluntariamente, dissente de uma proposição de fé definida pelacompetente autoridade eclesial, não é simplesmente um católico diferente oudivergente, mas um fiel infiel, ou seja, um não fiel.

Conta-se que o pai de uma rapariga algo leviana,sabendo do seu estado interessante, tentou desesperadamente conseguir-lhe ummarido que estivesse pelos ajustes. Para este efeito, assim tentou aliciar umpossível candidato:

- É verdade que a minha filha está grávida, mas ésó um bocadinho... 

Ser ou não ser, eis a questão. Pode-se sercatólico sendo ignorante e até muito pecador, mas não se pode ser ‘católico’adversativo, ou seja, negando convictamente a doutrina da Igreja.

A fé não se afere por uma auto-declaraçãoabstracta, mas pela opção existencial de seguir Cristo, crendo e agindo deacordo com os princípios do Evangelho. Não é católico quem afirma que o é, masquem pensa e quer viver como tal. «Tu crês que há um só Deus? Fazes bem, noentanto também os demónios crêem e tremem. O homem é justificado pelas obras enão apenas pela fé. Assim como o corpo sem alma está morto, assim também a fésem obras está morta» (Tg 2, 19.24.26). 

A LUXUOSA NOBREZA REPUBLICANA

A antiga Ordem de Cristo, ainda não mutilada
Bem vistos os factos, os republicanos fizeram bem em terem mantido as antigas Ordens honoríficas da Monarquia, tal como conservaram o escudo nacional do sistema deposto em 1910. Nada de melhor tinham a propor, limitando-se a reinterpretar o significado dos mesmos, por vezes recorrendo a risíveis argumentos que a ninguém convenceu. As mais prestigiadas Ordens, são precisamente aquelas que gozavam da maior apetência antes de 1910 e embora para muitos não valham grande coisa desde que foram mutiladas pela República, são ainda consideradas, nem que seja pelo bom gosto decorativo. Quanto aos receptuários das mesmas, essa é uma outra estória, pois tratando-se de sujeitos que na sua grande parte apenas se notabilizam pela sua amizade e favores para com o outorgador, pouco terão em comum com antigas glórias que outrora receberam as comendas de Cristo ou de Aviz. A Ordem de Cristo atribuída a declarados pagãos, não deixa de ser mais uma originalidade "à portuguesa".
Mota Amaral aborreceu-se com o Sr. Cavaco Silva e a razão para tal bater de porta, dever-se-á ao desagrado belenense pelos nomes apresentados pelo antigo chefe do governo açoriano. Alguns deles estão conotados com o PS e em conformidade, Cavaco não gostou da inclusão de "penetras" alheios ao seu séquito. Misérias da República.
Já agora e ainda no rescaldo do desaparecimento de Otão de Habsburgo, o Presidente checo diz umas verdades acerca da Europa, coisa que o seu correspondente lisboeta seria incapaz de cogitar nem por um momento.

Nuno Castelo-Branco

PALAVRA DE RAINHA

RAINHA D. AMÉLIA DE REGRESSO A PORTUGAL
(19 de Maio a 30 de Junho de 1945)

«Durante todos estes longos anos, nunca falei.
É verdade que ainda era vivo o rei D. Manuel, meu filho, todo dedicado à causa portuguesa, e que tenho o orgulho de ter educado no culto da sua pátria. E se agora vivo em França, depois de vinte e cinco anos passados em Portugal (…) as minhas afeições, e mesmo a minha tragédia, fizeram de mim portuguesa até à alma.
(…) pedi que fosse desmentido um dos mais crueis boatos sobre a nossa partida de Portugal. Não fugimos para Gibraltar. Assim que embarcámos na Ericeira (…) tinhamos a intenção de nos dirigir para o Norte e desembarcar no Porto, que reclamava o seu rei. (…) quero desmentir aqui solenemente aqueles que ainda ousam dizer que nos dirigimos para o Sul porque, a bordo, havia duas raínhas em lágrimas. É mentira. (…)
Não chorámos, não nos queixámos, não tivemos medo. Chorei, sim, mais tarde, mas de pena e desespero. Nunca os Braganças foram cobardes! (…) mesmo na morte – amámos a pátria distante».

NOTA: «A viagem da Rainha decorreu de 19 de Maio a 30 de Junho de 1945; esteve em Lisboa, Sintra, Fátima, Buçaco(no mês de junho descansa uns dias no Palace Hotel do Bussaco), Mosteiros de Alcobaça e Batalha, parando na Ericeira, o seu porto de exílio, e visitando em Lisboa os seus mortos, no Panteão da Dinastia de Bragança e também os dispensários que Ela própria criara.»

A fotografia publicada de S.M. a Rainha D.Amélia de Portugal, foi tirada na galeria do Palace Hotel do Bussaco.

Fonte: Luís Filipe Afonso, in Facebook

quarta-feira, 27 de julho de 2011

TVI24 – GONÇALO RIBEIRO TELLES, POLÍTICA MESMO

MONARQUIA É REPÚBLICA NA MESMA


Bom, eu nasci como grande parte de todos nós em “República”, e tenho um grande desgosto em isso ter acontecido; porque eu gostava de ter tido o privilégio de ter nascido num país monárquico, onde reinasse a educação, o respeito e principalmente o patriotismo que é o que falta a Portugal há cerca de um século.

Infelizmente em Portugal nestes dias não há o sentido do amor à Pátria, como havia antes de 1910. Não há o orgulho de dizer “eu sou Português”!

E, perguntam vocês e muito bem: mas porquê?

Porquê? Porque infelizmente o nosso país não nos permite que sejamos monárquicos nem que haja um referendo em que o povo que é quem decide possa escolher entre a Monarquia ou a República; para todos os fins teremos que viver para sempre em República.

Mas, será que os “iluminados” não percebem que nós sempre vivemos numa República? Analisemos a palavra: república – respublica que significa coisa pública; há alguma coisa mais pública que a Monarquia?

O Rei tem como função unir todo o povo enquanto o Presidente apenas consegue unir uma facção, a que o elegeu!

Basta! Não quero criar os meus filhos nem os meus netos nesta triste República das bananas!

Nós precisamos de algo inovador! Uma Monarquia!

Temos todas as condições para isso! Temos um Rei excelente, culto, inteligente. Que querem mais?

Antes morrer Monárquico que viver toda a vida cúmplice dum crime!

Viva S.A.R., o Senhor Dom Duarte!
Viva a Monarquia!
Viva o Reino de Portugal!

José Martin

A FOTO MENOS DIVULGADA DO TAL NORUEGUÊS

É quase anti-tudo. Só lhe faltou (?) dizer que seria a favor de uma República Norueguesa. Com a fardamenta que a foto mostra, não nos admiremos nada se ainda viermos a saber qualquer coisa a esse respeito. Terão o Sr. António Reis e respectivo sucessor, colocado esta foto na sede da tertúlia sita ao Bairro Alto?

publicado por Nuno Castelo-Branco em "Estado Sentido"

JÁ COMEÇA AMANHÃ EM SANTA MARIA DA FEIRA

VIAGEM MEDIEVAL EM TERRAS DE SANTA MARIA
28. jul07. ago ’11 | santa maria da feira
Contexto Histórico: Séc. XII no Reinado de D. Afonso Henriques

Após a aclamação de D. Afonso Henriques em Ourique pelos seus companheiros d’armas, El-Rei decide aplicar novas estratégias militares na conquista do território aos sarracenos e dá início a um novo processo de negociações políticas, diplomáticas e até matrimoniais, tendo como objectivo afirmar o seu poder soberano, impor a independência do reino de Portugal a outros reinos hispânicos e, principalmente, ser reconhecido pela Sé Apostólica, através da concessão do privilégio de Portugal se tornar um reino pertencente a São Pedro.

Para beneficiar desta honra, D. Afonso Henriques promove homenagem ao Papa e paga o censo anual à Santa Sé. No entanto, o reconhecimento oficial só é conseguido e concretizado em 1179, quando é publicada a bula Manifestus Probatum est pelo Papa Alexandre III, que concede o título de Rei a D. Afonso Henriques e aos seus descendentes, promete defender a sua dignidade e reconhece a independência de Portugal.

Os actos, os factos e as personagens principais que ajudaram à afirmação do poder régio e soberano de D. Afonso Henriques e à concretização da independência de Portugal, reconhecidos por todo o mundo cristão, são o mote para a recriação histórica de mais uma edição da Viagem Medieval em Terra de Santa Maria.

A XV Viagem Medieval em Terra de Santa Maria realiza-se de 28 de Julho a 7 de Agosto, no centro histórico de Santa Maria da Feira. Os acontecimentos e as personagens que mais contribuíram para a afirmação do poder régio e soberano de D. Afonso Henriques e para a concretização da independência de Portugal serão o mote para onze dias de recriações e animação.

terça-feira, 26 de julho de 2011

JOSÉ MATTOSO ELEGE S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE COMO FIGURA DE PARADIGMA NACIONAL

O Senhor Dom Duarte de Bragança, Drº Paulo Catarino, Dr.ª Margarida Ferreira, directora do Museu de Aveiro, D. António Francisco dos Santos, Bispo de Aveiro, e Prof. Dr.º José Mattoso

José Mattoso diz que “os políticos são incapazes de resolver os problemas”.

Filósofo, místico e referência ética nacional, são três os adjectivos com que definiria esta personagem ímpar da nossa vida cultural. Já foi monge e, perante a perplexidade da vida, considera Deus, como aquele que “preenche todo o vazio e responde a todas as perguntas” e critica acidamente os valores prevalecentes, afirmando: “o domínio da técnica não garante o exercício da sabedoria”.
Embora acreditando nas virtualidades do 25 de Abril, nem por isso, se revê nos seus frutos: “incapazes de resolver problemas relacionados com a organização social e económica, os políticos desenvolveram estratégias de ataque pessoal e de descrédito, que ainda hoje dominam a luta pelo poder”. E elege duas figuras como paradigmas nacionais: Alexandre Herculano e Dom Duarte, não se esquecendo de Camões, “épico” demais para o seu gosto e Fernando Pessoa, que considera “demasiado paradoxal”.

LENDA DA BATALHA DE OURIQUE

Conta a lenda que a Batalha de Ourique foi o momento decisivo da independência do pequeno condado portucalense e que, no fim da peleja, D. Afonso Henriques foi ...

...aclamado pelos combatentes como Rei.

Era noite. Véspera de batalha.
Os guerreiros tentavam descansar. Nas coloridas tendas mouras o movimento fora intensíssimo durante todo o dia. De cinco reinos havia chegado homens aguerridos, decididos a não deixar progredir o pequeno exército dos cristãos. Tinham vindo muitos de Sevilha e de Badajoz para se juntarem à hoste composta por gente de Elvas, Évora e Beja. Diz-se mesmo que tinha vindo gente de além-mar. Durante o dia, não tinha havido descanso para ninguém. As setas tinham sido cuidadosamente afiadas e guardadas nas aljavas. Os velozes alfarazes da cavalaria moura tinham tido ração suplementar e relinchavam respondendo aos puros-sangues árabes dos grandes senhores que, impacientes, esperavam pela acção, pelo combate. Enfim, era noite e a algazarra que pairava todo o dia sobre o arraial esmorecera um pouco e só se ouvira como que um zunir de moscas. No acampamento cristão pairava o silêncio. Também os ginetes da guerra estavam prontos e impacientes, as espadas tinham sido afiadas, os peões haviam experimentado as bestas para que tudo corresse como desejavam. Os guerreiros descansavam nas tendas, recostados em leitos improvisados com as peles dos animais mortos, lá mais ao norte, nas selvas que bordejavam as suas tendências e propriedades.

Também Afonso Henriques estava recostado na sua tenda. Dera ordem para que ninguém o incomodasse. Não conseguia dormir. Pensava na batalha do dia seguinte, na enorme cópia de gente moura contra a sua minúscula hoste.

Corria até que o exército árabe tinha uma ala de mulheres guerreiras... Mas, era necessário vencer... Deus se encarregaria de se mostrar ao infiel o seu poder pelo braço do guerreiro. Semi-adormecido, apareceu-lhe como que um sonho, um ancião. Fez sobre ele o sinal-da-cruz, chamou-lhe escolhido por Deus e alertou-o da batalha. Entretanto, apareceu-lhe um escudeiro, que vinha dizer-lhe que estava ali um velho que queria falar-lhe com muita urgência: Afonso Henriques viu, diante dos olhos, bem despertos, o velho do sonho:

- Tu, outra vez? Quem és afinal, ancião? O que me queres?

-Quem sou não interessa... Acalma-te e ouve o que venho dizer-te da parte de Jesus, Nosso Senhor: daqui a instantes, quando ouvires tocar os sinos da ermida onde há já sessenta e seisanos vivo, deves sair do arraial, só e sem testemunhas. É isto o que ele manda dizer-te! Antes do guerreiro abrir a boca, o velho desapareceu na noite, sem deixar rasto. Daí a instantes, soou, efectivamente, o sino da ermida e Afonso Henriques pegou na espada e no escudo, com gesto quase automático, saiu da tenda embrenhando-se na noite, sem destino, só, como lhe fora recomendado. Subitamente, um raio iluminou a noite e de dentro dele saiu uma cruz esplendorosa. Ao centro estava Jesus Cristo rodeado de anjos. Afonso Henriques, ajoelhado, deixou-se ficar boquiaberto, sem saber o que dizer, sem se atrever a quebrar o instante, até que dentro de si, ouviu Jesus dizer-lhe:

- Afonso, confia na vitória de amanhã. Confia na vitória de todas as batalhas que empreenderes contra os inimigos da Cruz. Faz como a tua gente que está alegre e esforçada. Amanhã serás rei...

Apagou-se o céu e a visão celestial desapareceu, como viera. No dia seguinte a batalha foi terrível. Os mouros eram aos milhares e avançavam ferozmente contra os guerreiros de Afonso Henriques.

Ao Primeiro embate muitos homens caíram no chão trespassados pelas lanças. Puxou-se então por espadas e alfanges e a planície foi invadida por um tinir de ferros misturados com a gritaria de toda aquela multidão e os relinchos doloridos dos cavalos feridos. Durante muito tempo, foi um verdadeiro inferno. Os guerreiros cristãos, porém, levaram a melhor. Os mouros sobreviventes, fugiram pela planície fora, deixando os cadáveres naquele imenso chão. Do lado cristão também eram muitos os mortos e feridos, mas os sobreviventes proclamavam a vitória, gritando:

- Real! Real! Por Afonso, Rei de Portugal!

Diz a tradição que nesse momento e em memória do acontecimento, o rei pôs no seu pendão cinco escudos, representando os cinco reis mouros que derrotara. Pô-los em cruz, pela cruz de Nosso Senhor e dentro de cada um mandou bordar trinta dinheiros, que por tanto vendera Judas a Jesus Cristo. Esta é a patriótica lenda com que os portugueses quiseram perpetuar um facto que na realidade foi bem diverso.

Fonte: Instituto de Estudos de Literatura Tradicional

LEMBRAR AMÁLIA, RECORDAR PORTUGAL!

Doodle evocativo do 91º aniversário da diva Amália Rodrigues utilizado pelo motor
de busca Google.
A Google voltou sábado passado a destacar e homenagear a cultura portuguesa, recordando o 91º aniversário de Amália Rodrigues, uma das maiores divas que Portugal e o mundo alguma vez conheceram. 
Aclamada mundialmente pelo seu incomparável talento e a singular força da sua presença, Amália Rodrigues deu voz a Portugal, não sendo despropositado invocar também a memória de António Variações, outro importante vulto da música e cultura portuguesa, que via nos cabelos da fadista a nossa bandeira, no seu corpo o nosso estandarte e na sua voz uma manifestação viva da nossa existência colectiva. Nascida a 23 de Julho de 1920, Amália deixou-nos a 6 de Outubro de 1999, legando à nossa memória e posteridade um papel de relevo atribuído ao fado enquanto instituição imaterial edificada dessa estranha, mas bastante portuguesa, forma de vida.

SÃO JOAQUIM E SANTA ANA, PAIS DE NOSSA SENHORA. DIA DOS AVÓS!

segunda-feira, 25 de julho de 2011

PARECE INSÓLITO...


... mas não é. A notícia que não foi divulgada nos telejornais da hora do almoço ou do jantar, diz que 1/3 dos deputados tinha "assento de decisão" nas empresas públicas. Não é novidade, até porque a evolução do estado da nação indiciava isso mesmo. Tal observação consiste numa espécie de "lóbismo" frequente noutras paragens além-Atlântico mas que afinal, desde há muito tempo é praticado em Portugal, de forma mais discreta, mas não menos turva. Se a este tipo de "administração empresarial" acrescentarmos as autarquias betoneiras - a começar pela da capital do país -, os gabinetes de estudos anexos e os escritórios de advocacia que zelam pelos negócios das ditas empresas estatais, compreende-se facilmente o que estará em causa.

Urge uma definitiva mudança na forma de captação de deputados para o Parlamento, mas isso apenas será possível noutro regime, revisto de alto a baixo e de forma perceptível, com uma base sólida e imutável. Sim, essa mesmo em que estão a pensar e que para que todos se apercebam da diferença, também envolverá a alteração dos símbolos. Após 1910 bem tentaram aplicar o Plano B durante um século. Falhou estrepitosamente, para ruína nossa e desespero dos seus próceres. Resta uma reformulação do antigo e comprovadamente mais eficaz e tranquilizador Plano A.

Nuno Castelo-Branco

PORTUGAL, TAILÂNDIA, 500 ANOS

(Clique na imagem para ampliar)
Embora por cá não se notem, já tiveram início as comemorações dos 500 anos da chegada dos portugueses ao Sião. Pelo que temos visto, os tailandeses estão a levar muito a sério o seu primeiro contacto com um povo europeu e este vídeo é um bom exemplo. Não fosse o Instituto do Oriente do ISCSP (Narana Coissoró, Vasconcelos Saldanha e Miguel Castelo-Branco) e dos meios financeiros por esta entidade graciosamente oferecidos a este ciclo, nada teria acontecido até ao momento pela parte portuguesa, ao contrário dos tailandeses que estão a investir avultados meios logísticos, humanos e financeiros. Não nos cheguem com as desculpas habituais, porque o Instituto do Oriente é uma entidade pobre e tudo tem feito para cumprir com dignidade aquilo a que se propôs. O Governo simplesmente não teve capacidade para o realizar: edições, conferências, exposições, catálogos, monografias académicas, preparação de um simpósio internacional a realizar em Novembro, tudo isto também implicando deslocações e estadias para as quais o contribuinte português não desembolsou um tostão.
Nuno Castelo-Branco, Estado Sentido

"Foi anteontem apresentada em simultâneo em Lisboa e Ayutthaya, antiga capital do Sião, a emissão filatélica conjunta luso-tailandesa alusiva aos 500 anos de relações entre os dois países. A convite da administração dos CTT foi-me pedida colaboração na condição de investigador doutorando do Instituto do Oriente /Universidade Técnica de Lisboa. Os trabalhos que serviram para ilustrar os selos agora à venda em todas as estações de correios de Portugal e Tailândia são do pintor português Carlos Barahona Possollo, meu amigo de há muito, bem como da artista plástica tailandesa Mayuree Narknisorn. O texto explicativo, em inglês e português, é de minha autoria."
Miguel Castelo-Branco, Combustões



A BATALHA DE OURIQUE, SEGUNDO A CRÓNICA DOS GODOS


Era de 1177 [= 1139]: A 25 de Julho na festa de S. Tiago Apóstolo, no undécimo ano do seu reinado, o mesmo Rei Dom Afonso travou uma grande batalha com o rei dos Sarracenos, de nome Esmar, num lugar que se chama Ourique. Efectivamente aquele rei dos Sarracenos, conhecendo a coragem e a audácia do rei Dom Afonso, e vendo que ele frequentemente entrava na terra dos Sarracenos fazendo grandes depredações e vexava grandemente os seus domínios, quis; se fazê-lo pudesse, travar batalha com ele e encontrá-lo incauto e despercebido em qualquer parte. Por isso uma vez, quando o Rei Dom Afonso com o seu exército entrava por terra dos Sarracenos e estava no coração das suas terras, o Rei sarraceno Esmar, tendo congregado grande número de Mouros de além-mar, que trouxera consigo e daqueles que moravam aquém-mar, no termo de Sevilha, de Badajoz, de Elvas, de Évora, de Beja e de todos os castelos até Santarém, veio ao encontro dele para o atacar, confiando no seu valor e no grande número do seu exército, pois mais numerosos era ainda pela presença aí das mulheres que combatiam à laia de amazonas, como depois se provou por aquelas que no fim se encontraram mortas.

Como o Rei Dom Afonso estivesse com alguns dos seus acampado num promontório foi cercado e bloqueado de todos os lados pelos Sarracenos de manhã até à noite. Como estes quisessem atacar e invadir o acampamento dos cristãos, alguns soldados escolhidos destes investiram com eles (Sarracenos), combatendo valorosamente, expulsaram-nos do acampamento, fizeram neles grande carnificina e separaram-nos. Como o rei Esmar visse isto, isto é, o valor dos Cristãos, e porque estes estavam preparados mais para vencer ou morrer do que para fugir, ele próprio se pôs em fuga e todos os que estavam com ele, e toda aquela multidão de infiéis foi aniquilada e dispersa quer pela matança quer pela fuga. Também o Rei deles fugiu vencido, tendo sido preso ali um seu sobrinho e neto do rei Ali, de nome Omar Atagor.

Com muitos homens mortos também da sua parte, Dom Afonso, com a ajuda da graça de Deus, alcançou um grande triunfo dos seus inimigos, e, desde aquela ocasião, a força e a audácia dos Sarracenos enfraqueceu muitíssimo.

domingo, 24 de julho de 2011

PORTVGAL

Numa altura em que o prestígio e a própria independência de Portugal estão constantemente a ser postos em causa, parece altamente positivo que todos (nacionais e estrangeiros) meditem na mensagem do documento que se segue.
A monarquia portuguesa nasceu em um campo de batalha. Suas dilatadas costas, abertas às agressões marítimas, e a sua extensa raia, sem barreiras naturais, facilitava a entrada aos invasores. O Reino, sempre embalado no conflito das armas, robusteceu-se lutando desde o primeiro dia contra a conquista sarracena, que lhe disputava a posse do território, e contra as lanças leonesas, que não lhe queriam perdoar o arrojo da emancipação. Fadado a ser a primeira nação navegadora do século XV, familiarizou-se muito cedo com os terrores do oceano e, combatido desde o berço, aprendeu na severa escola das provações a só contar consigo, fiando unicamente a defesa do próprio valor.
Estreita orla de terra ocidental, cingida de um lado pelo braço colossal de Espanha, e do outro banhada pelas ondas do Oceano Atlântico, Portugal soube sempre mostrar-se grande nos espíritos e no amor da liberdade. Em todas as ocasiões extremas, o peito dos seus habitantes foi a muralha onde vieram quebrar-se os esforços contrários. Em mais de uma crise perigosa, superando o número e a fortuna, lograram eles recordar aos mais soberbos que a temeridade heróica dos indómitos montanheses do Hermínio revivia no coração dos descendentes.
Proezas admiradas, sacrifícios maiores do que as forças e o ódio da sujeição estranha, realçado pelo desprezo da morte, forçaram a vitória a sancionar a sua resistência. Resolução audaz, unida a uma rara paciência nos reveses e ao mais ardente afecto patriótico, inflamando e retemperando o carácter nacional, obraram o prodígio de conservar intacta e respeitada a independência, tantas vezes arriscada e sempre triunfante.
in
Rebelo da Silva (séc. XIX)
História de Portugal nos Séculos XVII e XVIII

"PAI SOARES"

Foi nome de cavaleiro, um dos apoiantes de Afonso Henriques, mas hoje os pergaminhos são outros. Mário Soares, pai desta terceira república, intimou os dois candidatos à liderança do PS a não cederem na revisão constitucional. Não se muda nada, nem uma vírgula!
 
Nada que nos espante, pois há muito que sabemos que a dita constituição, longe de ser uma referência para todos os portugueses, serve apenas os desígnios de uma facção, de uns quantos que a usam para se perpetuarem no poder e nas mordomias.
 
Por isso enquanto ela não mudar, nada vai mudar em Portugal. O estado continuará a ser gordo e socialista, os poderes ocultos continuarão a manobrar à vontade, porque uma constituição com trezentos artigos (uma das maiores do mundo!) dá para tudo. Dá, por exemplo, para bloquear qualquer iniciativa que ponha em causa os interesses da casta dominante. Dá para manter uma enorme vozearia de ‘esquerda’ contra qualquer medida que o governo anuncie. Vozearia, diga-se, completamente desconforme com os resultados eleitorais. Como agora se viu em relação à sobretaxa extraordinária: - unidos pela constituição, PS, PCP, BE e PEV, este último com a particularidade de nunca ter ido a votos, arrebatam o tempo de antena, e zurzem nos dois intrusos!
 
E quem são os dois intrusos?! São os partidos a quem os portugueses confiaram o governo de salvação do país, mas que provavelmente não o podem salvar porque a constituição não permite! Porque Soares não permite. Curioso país, não acham?!
‘Pai Soares’ pode (por enquanto) dormir descansado. A sua terceira república vai continuar a ser de esquerda, o seu partido socialista vai continuar a dar cartas, e a sua constituição continuará imutável. Até quando?! Até ao dia em que um qualquer golpe a há-de derrubar. Seguir-se-á então uma quarta república, que reclamará para si uma (nova!) constituição para Portugal!
 
Isto acontece num país com quase dez séculos de história, um país que tem concerteza uma constituição muito forte para aguentar com tantas constituições. O que me leva a concluir que talvez esteja na hora de restaurarmos a verdadeira constituição, a tal que é muito forte e vem resistindo a tudo.

Saudações monárquicas

JSM

Fonte: Interregno

ENTRONIZAÇÃO DE S.A.R O SENHOR DOM DUARTE COMO CAVALEIRO DA REAL CONFRARIA DO VINHO ALVARINHO

Jornal “A Terra Minhota” de 15 de Julho de 2011, pág. 11

Concerto da Orquestra no exterior do Palácio premeia Entronização

Mais de oitenta músicos subiram ao palco, localizado na frontaria do Palácio da Brejoeira e encantaram os confrades da Real Confraria, familiares e amigos. Acompanhados pelo pianista António Rosado e pelo maestro alemão Ernest Schelle, alguns alunos da Escola Profissional de Música de Viana do Castelo deram o penúltimo concerto em Monção.
A directora da escola considerava estar expectante com o concerto no exterior, porque “o palácio é fantástico, e nós nunca fizemos um concerto ao ar livre. É evidente que isto traz dificuldades acrescidas em termos de equilíbrio e sonoridade”, referia Carla Soares Barbosa.
Se Monção foi estreia para a Orquestra dar um espectáculo no exterior também ficará marcado para aqueles que deram o penúltimo concerto, enquanto elementos integrantes na Orquestra Sinfónica, pois muitos deles terminam este ano o percurso escolar naquela instituição. “Esta Orquestra está integrada na Escola Profissional de Viana do Castelo, e como tal funciona naquela cidade. Recebe alunos de todo o distrito e de outros distritos de Portugal”. A directora da escola explica que a escola promove um ensino com uma componente artística e científica ligada à música, integrando jovens dos 14 aos 18 anos.
A estreia de um concerto no exterior aconteceu no primeiro concerto com a presença do pianista António Rosado. “Estamos com um solista fantástico. António Rosado toca connosco pela primeira vez e para os jovens é uma experiência muito boa. Estamos a fazer estágios, ou seja, formação em contexto de trabalho e é uma honra receber o António Rosado e o Ernest Schelle”.

FALTAM 15 DIAS PARA A APRESENTAÇÃO DO ELMO DE D. SEBASTIÃO


UM DIA DE MUDANÇA!
Uma espécie de RECONQUISTA DA LUSA IDENTIDADE:
 
Domingo, 7 de Agosto pelas 16 horas, na Quinta Wimmer em BELAS
(Estrada Nacional 117, ao km 10), 500 metros depois da igreja de Belas na estrada nacional em direcção ao Sabugo, na subida, na curva, um grande portão antigo com duas árvores enormes e um painel de azulejos indicando QUINTA WIMMER.

Atravessando o parque, sempre em frente, cerca de meio kilómetro há parque de estacionamento.


Quem amar Portugal é BEM VINDO!

Rainer Daehnhardt

sábado, 23 de julho de 2011

SÓ...?

Os mandatários da campanha de Aníbal Cavaco Silva informaram que só gastaram 1,79 milhões de euros, metade do que a lei permitia gastar e que desse montante 89% foi suportado por "Donativos". Só. Se auferirmos as contas dos outros candidatos, a campanha global não deve ter andado longe dos 10 milhões de euros. Na verdade, para eles é pouco. Só parece muito para aqueles que acham que o dinheiro dos impostos não devia andar a pagar as candidaturas a um emprego (bem pago) de um cidadão (alinhado por um partido político). Mas a República é isto!! Todos dão mesmo não querendo dar... donativos.

S.A.R., O SENHOR DOM DUARTE ESTEVE PRESENTE NA ENTREGA DA MOÇÃO PELA RECONSTRUÇÃO DA CASA DO PASSAL

A moção foi apresentada ontem à tarde na Torre do Tombo e será entregue ao IGESPAR e à Direcção Regional de Cultura do Centro
 
A Fundação Aristides de Sousa Mendes, em colaboração GECoRPA – Grémio do Património, apresentou esta tarde, na Torre do Tombo, em Lisboa, uma moção pela reconstrução da Casa do Passal, a ser entregue junto do IGESPAR e da Direcção Regional de Cultura do Centro.
O objectivo é conseguir o apoio financeiro para começar as obras de reabilitação da casa onde viveu Aristides de Sousa Mendes, classificada como monumento nacional em 2005 e adquirida pela fundação em 2000. A moção foi aprovada por unanimidade por algumas dezenas de pessoas presentes no auditório.
 
Apesar da unanimidade em torno da figura de Aristides Sousa Mendes e da necessidade de fazer mais pelo seu legado, foram várias a perguntas surgidas da plateia que ficaram sem resposta durante o debate, por parte dos promotores da iniciativa, que assinalou os 126 anos de nascimento do diplomata.
 
Dom Duarte de Bragança, que esteve na assistência durante uns breves minutos, delegou num outro elemento do público a questão “porque não o envolvimento dos descendentes das famílias ajudadas pelo cônsul português na recolha de fundos para ajudar na reconstrução da Casa do Passal?”; pergunta que viria a ser reforçada e alargada à falta de apoio ao próprio Aristides Sousa Mendes, no final da sua vida, por parte dos familiares daqueles que o diplomata ajudou a fugir à perseguição dos Nazis. (...)
 
Jornal "I" de 19 de Julho de 2011

THE ECONOMIST - ARCHDUKE OTTO VON HABSBURG, SON OF THE LAST AUSTRO-HUNGARIAN EMPEROR, DIED ON JULY 4TH, AGED 98


IF ONLY his great-uncle had died earlier. Franz Joseph I was a masterful ruler of the Austro-Hungarian empire, but his 86 years brought rigidity when the times called for reform. This doomed the noble legacy that his great-nephew (full name Franz Josef Otto Robert Maria Anton Karl Max Heinrich Sixtus Xavier Felix Renatus Ludwig Gaetan Pius Ignatius) could have inherited. He remembered the old man, as well as the coronation of his father Charles in December 1916. It was a short and gloomy reign, in a botched war that left Europe’s most successful multinational state, the 11-nation monarchy run from Vienna and Budapest, beyond saving. The four-year-old—first crown prince and then uncrowned pretender—served nine decades longer, with brains and charm.

Not that people were grateful, especially at first. A gallant British officer helped the royals escape from Austria, a turbulent and shrunken republic with no taste for the finery of the past. The other realm, Hungary, was nominally a monarchy but run by a regent (who, absurdly in a land-locked country, was styled admiral). Exiled in Spain at a threadbare and tiny court, the young Otto was schooled for the empty throne: he was fluent in Croatian, English, French, German, Hungarian and Spanish. And Latin, too—he was perhaps the last politician in Europe able to conduct business in that language.

In 1922 he became the head of the House of Habsburg: “Your Majesty” to legitimists, and by the Grace of God “Emperor of Austria; King of Hungary and Bohemia, Dalmatia, Croatia, Slavonia, Galicia and Lodomeria; King of Jerusalem, etc; Archduke of Austria; Grand Duke of Tuscany and Cracow; Duke of Lorraine, Salzburg, Styria, Carinthia, Carniola and Bukowina; Grand Prince of Transylvania; Margrave of Moravia; Duke of Silesia, Modena, Parma, Piacenza, Guastalla, Auschwitz and Zator, Teschen, Friaul, Dubrovnik and Zadar; Princely Count of Habsburg and Tyrol, of Kyburg, Gorizia and Gradisca; Prince of Trento and Brixen; Margrave of Upper and Lower Lusatia”. His other titles were more minor.

The Nazis sought his help, hoping for some stardust from a real ex-empire to give lustre to their gimcrack one. But the prince detested them, having slogged his way through “Mein Kampf”. As a student in Berlin, he irked Hitler by refusing to meet him. In 1938, as Austria’s leaders quailed before the Anschluss, the Habsburgs’ scion offered to return and rally resistance. Luckily, he didn’t get there. The Nazis ordered that he be shot on sight.

At Roosevelt’s invitation he spent the war years in America, where he plotted vainly to get Hungary to dump the Nazis, and more successfully to help Austria shed its image as Hitler’s poodle. But post-war Austria stayed nervy and vengeful, declaring him an “enemy of the republic”. He could visit only in 1966, five years after reluctantly renouncing his claim to the throne, becoming—there and there only—humble Mr Habsburg-Lothringen. He found his compatriots’ post-imperial neuroses a tempting target for his jokes. Told of an Austria-Hungary football match, he asked impishly: “Whom are we playing?”

Exiled monarchs mostly find it hard to keep their dignity: absurdity, and a court full of creeps and fantasists, are never far away. That was not the Habsburg style: his family maintained cordial relations with Europe’s other émigré royals, but his business was more serious. First he had to restore the family fortune on the lecture circuit, which well rewarded his erudition and wit. He brought up seven children (five glamorous daughters, then two much-awaited sons) with his wife Princess Regina at a lakeside villa in Bavaria. Real politics followed: “opium”, as he fondly called it. He became a member of the European Parliament in 1979 when that body was just a talking shop, seeing it as a harbinger of bigger things to come.

A family history going back to the eighth century helped him see the continent’s destiny in grand terms, with the European Union a wider and better version of the Holy Roman Empire (his family had headed that lamented outfit until history caught up with it in 1806). He was no fan of the Brussels bureaucracy, but promoted the integration his name epitomised: common culture, open borders and, above all, no more wars. Only the meanest Austrians remained uncharmed.

Putting the clock back

His glory days came late, in 1989, when what had seemed a sentimental preoccupation with Mitteleuropa—merely a meteorological term, cynics sniffed—was suddenly practical politics. A lifetime foe of the communist usurpers in eastern Europe, he plotted with reformist politicians in Budapest to stage a symbolic cross-border Austro-Hungarian picnic in the summer of 1989, breaching the Iron Curtain for ever. Once drenched with blood and tears, the division of Europe was washed away with tea and lemonade. Some of his fans wished he had run as the first president of a free Hungary, providing a way back from the disastrous turning taken 70 years before. Sadly, his modesty prevailed. He concentrated instead on lobbying for speedy and generous expansion of the EU to the east, most recently Croatia.

He died a happy man, right about almost everything, if usually too early.