segunda-feira, 18 de julho de 2011

A REPÚBLICA E O TERRORISMO

Hoje alguns jornais diários trazem na capa um sinal de assombro por Portugal estar a ser infestado por terroristas. Não sei se é dos jornalistas ou da época mas de onde virá a ideia que Portugal é um país de boa cidadania e civilidade? Convinha, a toda a sociedade, rever o conceito de "Terrorismo" porque para mim, por exemplo, esta República foi instaurada através do terrorismo e não vejo os "historiadores" a assumir os termos numa leitura idónea do processo. Não fosse a política de anestesiamento do Estado Novo e esta República já há muito teria no seu estado natural este "estado de coisas"; diria que, as décadas de 30 a 60 foram uma excepção nos últimos cem anos de República. Com a devida escala, a corrupção grassa hoje tanto quanto na I República e a desordem e o banditismo não está aquém. Para já, ainda não vemos a GNR a colaborar em assaltos mas vemos um "fechar de olhos" que a todos revolta, quando se trata de fazer cumprir uma lei que está do lado dos direitos da escumalha. Na minha família relatam-se os desacatos e assaltos constantes que as quintas sofriam a seguir a 1910, os assaltos a Igrejas, os fogos postos e o colaboracionismo das "autoridades". Umas décadas mais tarde, eu próprio vi, alguns "avós" destes carjakers de capús e óculos da moda, a ocupar terrenos e a retirar marcos delimitadores de confrontações de propriedades – com arma na mão – enquanto gritavam pelo "povo unido". O crime e a impunidade avançam de acordo com o molde que a natureza dos regimes permitem. Um dia, ainda vão dizer que boicotar a actividade da malta de caçadeira em punho é atentar contra a Liberdade!
Se temos terrorismo e crime organizado em Portugal? Temos. De fato-e-gravata e de fato-macaco. E não são do IRA.



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