sábado, 26 de março de 2011

UMA FACETA MENOS CONHECIDA DO REI DOM CARLOS

 
A Torre do Tombo mostra uma das facetas menos conhecidas do Rei D. Carlos, a de fotógrafo, numa exposição que é hoje inaugurada e que exibe pela primeira vez documentos do Arquivo da Casa Real.
 
D. Carlos I, fotógrafo amador é o título da exposição que apresenta 46 fotografias em reprodução digital, obtidas a partir dos originais da época, a maioria assinadas e legendadas pelo soberano, e integra ainda fotografias feitas pela rainha D. Amélia e pelos príncipes D. Luís Filipe e D. Manuel.
 
«Esta é uma faceta que é muito pouco conhecida de D. Carlos, apesar de se saber que o Rei era um interessado na fotografia», disse à Lusa o director da Torre de Tombo, Silvestre Lacerda.
 
«Estas imagens eram muito pouco conhecidas e têm a particularidade de todas estarem assinadas pelo Rei à excepção de umas dez», acrescentou.
 
As excepções são fotografias realizadas por D. Amélia (três), D. Luís Filipe (quatro) e D. Manuel (três).
 
«É curioso notar que outros membros da família real faziam fotografia», sublinhou o responsável.
 
As 46 imagens que constituem a exposição pertencem ao arquivo da Fundação da Casa de Bragança e mostram as campanhas oceanográficas do monarca, touradas de canastra, regatas em Paços de Arcos, a armação do atum no Algarve, e membros da família real.
 
Um dos interesses desta exposição de fotografia que esteve patente no verão passado no Paço Ducal de Vila Viçosa «é que se percebe perfeitamente que a fotografia serviu de apoio à pintura de D. Carlos», como faziam na Europa do tempo outros pintores.
 
Neste contexto surgem assim fotografias dos banhos em Cascais, da pesca do atum e do iate Amélia.
 
«Há um aspecto muito curioso que se nota que são as experiências pela mão do Rei, particularmente nas platinotypias (processo fotográfico antigo), que é o tempo da exposição utilizado para a realização das provas e quais os químicos usados, o que era na altura um segredo», salientou.
 
Segredos que a ciência também já desvendou relativamente a fotógrafos prestigiados da época como Carlos Relvas e a Martins Sarmento, referiu Silvestre Lacerda.
 
Segundo o director da Torre da Tombo, «demonstra-se também que o Rei estava a par em termos sociais daquilo que se fazia e daquilo que eram as inovações a diferentes níveis».
 
Relacionado com as fotografias será exibido o documentário D. Carlos, Oceanógrafo (1997), de Jorge Marecos Duarte e Sérgio Tréfaut, com narração, Luís Miguel Cintra, que utiliza fotografias tiradas pelo Rei.
 
Na área documental entre outros, será mostrado pela primeira vez ao público o pergaminho de 60X80cm relativo ao auto de juramento da Constituição de D. Carlos, assinado em Cortes por todos os dignitários.
 
Outro documento interessante é a certidão de nascimento de D. Carlos, mas sem o nome do recém-nascido ainda, e o contrato de casamento celebrado com a princesa Amélia de Orleães.
 
Segundo o responsável, com esta mostra, procura-se «estabelecer uma ponte entre a arte fotográfica praticada pelo soberano e o testemunho da sua própria vida e do seu tempo».
 
A exposição D. Carlos I, fotógrafo amador é inaugurada hoje às 18h pelo secretário de Estado da Cultura, Elísio Summavielle, na Torre do Tombo, na Cidade Universitária, em Lisboa, e estará patente até 12 de Julho.
 
Lusa/SOL - Jornal SOL
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El-Rei fotógrafo na Torre do Tombo

A exposição “Dom Carlos I, fotógrafo amador” patente na Torre do Tombo, em Lisboa, até Julho integra 46 fotografias, a maioria assinadas e legendadas pelo próprio monarca, mas também fotografias tiradas pela Rainha, Sua Mulher, Dona Amélia, e os Filhos, o Príncipe Real Dom Luís Filipe e o Infante Dom Manuel (futuro Dom Manuel II, último a ocupar o Trono Português).
 
A exposição das imagens esteve patente, recorde-se, o Verão passado no Paço Ducal dos Bragança, em Vila Viçosa e pertencem à Fundação da Casa de Bragança. Podemos ver as campanhas oceanográficas do soberano, touradas de canastra, regatas em Paço de Arcos, a armação do atum no Algarve, e membros da Família Real, assim como os banhos em Cascais e o iate Amélia.
 
Dom Carlos herdou dos Pais, Dom Luís e Dona Maria Pia o gosto pelas inovações num século onde tudo era novo em termos de mecanismos. Curioso, observador, o Rei integrava-se no devir social do seu tempo e seguia todas as inovações.
 
Em Lisboa a exposição é enriquecida com a exibição do documentário “Dom Carlos, Oceanógrafo” (1997), de Jorge Marecos Duarte e Sérgio Tréfaut, com narração, Luís Miguel Cintra, que utiliza fotografias tiradas por Sua Majestade.
 
Outra mais valia desta mostra é a área documental em que será mostrado pela primeira vez ao público o pergaminho de 60X80 cm relativo ao auto de juramento da Constituição Portuguesa da época por Dom Carlos, e assinado nas Cortes (Parlamento) por todos os dignitários.
 
Os visitantes poderão ver ainda a certidão de nascimento de Dom Carlos e o contrato de casamento celebrado com a Princesa Amélia de Orleans.
 
Uma mostra que, segundo nota da Torre do Tombo pretende “estabelecer uma ponte entre a arte fotográfica praticada pelo soberano e o testemunho da sua própria vida e do seu tempo”.
 
A mostra é inaugurada pelas 18:00 com a presença de Elísio Summavielle, secretário de Estado da Cultura.
 

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