sexta-feira, 11 de novembro de 2011

A UNIÃO EUROPEIA E PORTUGAL

Quando Portugal aderiu à União Europeia em 1986, fê-lo com o objectivo de modernização, desenvolvimento, intercâmbio económico, mas sobretudo na tentativa de manter o país na esfera da ocidentalidade e da democracia, evitando futuras incursões de correntes totalitárias que já haviam tentado obter o poder no Verão de 75.

 A adesão de Portugal revestiu-se de vários aspectos positivos acentuando a modernização que havia sido impedida durante dezenas de anos de Ditadura Republicana obscurantista (“Portugal orgulhosamente só”).

 No entanto esta adesão originou uma total capitulação no que se refere aos interesses Nacionais, dos quais se destacam a política agrícola e as pescas.

Portugal recebeu dinheiro para não produzir, para arrancar culturas e viu limitada e reduzida a sua capacidade de pescar nas suas próprias águas. Estas políticas inicialmente explicadas como necessárias, vieram a revelar-se catastróficas para o nosso desenvolvimento, para a nossa  capacidade de auto-subsistência e consequentemente para a nossa independência do estrangeiro.

 Associado a isso todos os subsídios envolvidos, mal aproveitados, que fizeram com que Portugal não tivesse aproveitado correctamente os fundos comunitários, não promovendo como deveria o crescimento económico.

 Não deixa de ser interessante que alguns políticos com responsabilidade nessas negociações fiquem agora muito “preocupados” com o nosso grau de dependência do estrangeiro, quando foram eles que objectivamente contribuíram para a actual situação.

 Pode pois dizer-se, que do ponto de vista económico a nossa adesão poderia ter sido muito mais frutuosa se tivéssemos uma posição mais firme e não tivéssemos capitulado perante os interesses estrangeiros em tantas matérias e se os fundos tivessem sido integral e correctamente aplicados. Chegamos á posição de dependência económica que todos nós conhecemos (“vivemos de tranches”).

 E do ponto de vista político? Do ponto de vista político, existem pelo menos “2 europas:  a Srª Merkel e o Sr. Sarkozy reúnem-se e posteriormente dão uma conferência de imprensa comunicando as suas decisões aos restantes estados. É esta a democracia e a União Europeia que nos foi prometida? Será que Portugal não tem a sua Soberania ameaçada? Será que os países periféricos (Portugal, Espanha, Irlanda) não se deveriam também reunir para tomar posições conjuntas e lutar pelo interesse dos seus povos?

 E depois, se Portugal tivesse uma figura institucional que fosse aglutinadora e congregasse ao valores e os interesses do país acima de interesses políticos e partidários, talvez fosse possível alterar alguma coisa. A actual figura máxima do país, prima pela ausência de actuação, justificando tal por uma “magistratura de influência” muito difícil de detectar, vivendo de costas viradas para o povo. Não seria de esperar que numa altura de crise essa figura fosse mais interventiva?

 Portugal precisa de um REI e só S.A.R. D. Duarte de Bragança poderá ser a figura que poderá aglutinar os Portugueses, em total independência, sem ambiguidades, zelando pelos interesses no nosso povo e personificando a Soberania Nacional.

 Luís Queiroz Valério

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