A coroa rica de Nossa Senhora de Fátima na Cova da Iria, além do seu valor devocional no culto Mariano, é um interessante testemunho gemológico. Uma campanha junto das mães de Portugal, nos anos 1940, resultou na reunião de um significativo conjunto de jóias em ouro, prata e pedrarias para a sua feitura. Estes ex-votos foram utilizados pela Casa Leitão & Irmão, os antigos joalheiros da coroa, na sua produção que culminou, em 1946, na sua colocação na imagem original de Nossa Senhora de Fátima da Capelinha das Aparições.
A sua composição é um reflexo do que existia na época em Portugal como joalharia civil, pois os seus materiais derivam do desmancho total ou parcial de jóias oferecidas. Contam-se aqui diamantes, em grande quantidade e nos seus mais variados estilos de lapidação, destacando-se também as esmeraldas, rubis e safiras, assim como pérolas, granadas e berilos esverdeados que constituem as quatro grandes gemas rectangulares transparentes na base da coroa. Mais recentemente, o Papa João Paulo II fez chegar ao Santuário o projéctil que o atingiu no atentado de que foi alvo no dia 13 de Maio de 1981, o que lhe terá despertado a sua grande devoção a esta invocação mariana. A Casa Gomes da Póvoa de Varzim procedeu então à sua colocação, por engaste, no interior da coroa, imediatamente debaixo do orbe azul celeste.
Capelinha das Aparições © Arquivo do Santuário de Fátima
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