terça-feira, 22 de novembro de 2011

UMA DIFERENÇA ABISSAL NUM ANO

Cavaco Silva no dia 5 de Outubro de 2010: O republicanismo caracteriza-se por uma cultura marcada pela ética de serviço público, pela verdade e pela transparência no exercício da acção política. O essencial é a vida concreta das pessoas. A república é um lugar de liberdade. Porque vivemos melhor, somos mais exigentes. É legitimo que o sejamos.

Cavaco Silva no dia 5 de Outubro de 2011: valor republicano da austeridade digna. A cultura republicana implica uma reforma profunda do exercício de funções públicas. A disciplina orçamental será dura e inevitável. Em tempos de escassez económica, há também que redescobrir o valor da cultura e dar prevalência à dimensão espiritual sobre a dimensão material da vida humana.

Responsabilizo Cavaco Silva pelo despontar da situação de angústia em que vivemos. A constituição dá-lhe mais poderes, do que daria a um Rei, para ter agido, para que se pudesse evitar a entrada do FMI em Portugal, ou, que o impacto da entrada desta entidade fosse mais suavizado.

Comparo Cavaco Silva a Salazar. O típico tecnocrata que vê as pessoas como números. O típico político que quer continuar no poder, enriquecendo o estado e empobrecendo as pessoas. Tal como Salazar, Cavaco exorta de uma forma patética as pessoas a não gastarem mais do que têm.

Tendo em conta que grande parte dos Portugueses não ganha 500 euros por mês, se seguirem essa recomendação, vivem debaixo da ponte, com um bocado de pão.

Cavaco Silva, na sua gestão de silêncios, procura uma dignidade da sua pessoa para ser imortalizado na História e na fotografia. Mas é traído pelos factos.

Cavaco Silva; tal como Machado Santos, Bernardino Machado, Gomes da Costa, Oliveira Salazar; é o continuar das características de um republicanismo feito para republicanos e não para os Portugueses.

Um republicanismo, de características pseudo-intelectuais, que vive da sua auto-glorificação, sem que a realidade confirme tais factos.

Mas, para grande tristeza de Cavaco, os Portugueses de hoje já não são os analfabetos do inicio do século XX. Tenho esperança que com o tempo comecem a pensar na alternativa neo-realista.


Daniel Nunes Mateus

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