Painel existente na torre sineira da Igreja Matriz de Ponte de Lima evocativo da Restauração de 1640.
"Assentaram por conclusão que sábado, primeiro de Dezembro, com o menor rumor que fosse possível, se achassem todos juntos no paço, repartidos em vários postos, e que, tanto que o relógio desse nove horas, saíssem das carroças ao mesmo tempo. Sem haver dos confederados quem se arrependesse da determinação, ocuparam todos os postos destinados. Impacientes esperavam as nove horas, e como nunca o relógio lhes pareceu mais vagaroso, assim que deu a primeira e sem aguardarem a última, arrebatados do generoso impulso, saíram todos das carroças e avançaram ao paço. Neste tempo andava D. Miguel de Almeida, venerável e brioso, com a espada na mão gritando:
— Liberdade, portugueses! Viva El-Rei D. João, o Quarto!"
D. Luís de Meneses em História de Portugal Restaurado (adaptação)
Painel existente na torre sineira da Igreja Matriz de Ponte de Lima evocativo da Restauração de 1640 |
HOJE CELEBRA-SE O DIA DA RESTAURAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA DE PORTUGAL - 1º DE DEZEMBRO DE 1640
A Restauração foi um movimento histórico que levou Portugal à independência no 1º de Dezembro de 1640.
A morte de D. Sebastião (1557-1578) em Alcácer-Quibir, apesar da sucessão do Cardeal D. Henrique I (1578-1580), deu origem a uma crise dinástica. Nas Cortes de Tomar de 1580, Filipe II de Espanha é aclamado rei de Portugal (Filipe I de Portugal).
Filipe I e os seus sucessores, Filipe II e Filipe III, não respeitaram o que tinha ficado combinado nas Cortes de Tomar.
Os impostos aumentavam; a população empobrecia; os burgueses ficavam afectados nos seus interesses comerciais; a nobreza estava preocupada com a perda dos seus postos e rendimentos; o Império Português era ameaçado por Ingleses e Holandeses e os reis filipinos nada faziam.
A capital do Império passou a ser Madrid e Portugal foi governado como uma Província espanhola. Durante 60 anos ocuparam o país e o oprimiram.
Como é natural, os portugueses viviam descontentes e compreendiam que só uma revolução bem organizada lhes poderia trazer a libertação.
Assim, no dia 1 de Dezembro de 1640, um grupo de 40 bravos portugueses, os chamados de Conjurados dirigiram-se ao Paço da Ribeira onde estavam a Duquesa de Mântua, regente de Portugal, e o seu Secretário, Miguel de Vasconcelos. A Duquesa foi presa e o Secretário morto.
Portugal recuperou a sua Independência, e deixou de pertencer a uma potência estrangeira, sendo D. João IV, Duque de Bragança, aclamado Rei, com o cognome de "O Restaurador".
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