quarta-feira, 23 de novembro de 2011

MAUS ARGUMENTOS REPUBLICANOS

Tenho-me deparado nestes últimos dias com uma intensa actividade propagandística de activistas monárquicos em vários grupos partidários e apartidários. Perante a falência do republicanismo português, como mais uma vez se evidência, alegra-me ver a pobreza argumentativa daqueles que se dizem republicanos.

Para essas individualidades é preferível viver-se numa má republica do que numa boa monarquia. Defendem que a transição monárquica é um retrocesso ao século XIX, onde, tudo era repressão e direitos para alguns. Defendem-se com a História, desculpabilizando a república, diabolizando a figura régia. E vão mais longe, utilizando linguagem indecorosa para defender essa utopia.

A pobreza do argumentário republicano deixa-me feliz porque dá-me a certeza da justeza da ideia monárquica e a sua actualidade e força no século XXI, nas democracias mais prósperas e democráticas do Mundo. E dá-me a certeza da falência e do fracasso do republicanismo Português na nossa História. Tanto, que os defensores da república tentam humilhar monárquicos, ridicularizando-os e até censurando os seus escritos nas redes sociais, embora isso cada vez menos esteja a acontecer.

Tendo formação historiográfica, dá-me satisfação sentir o medo dos republicanos quando uso argumentos historiográficos dos mais simples possíveis. A Democracia está mal, dizem eles, mas a discussão acerca da monarquia não é admissível, porque, não lhes interessa o retrocesso ao tempo dos cortesãos.

E o que é a república senão uma oligarquia? Conceptualizada por republicanos e para republicanos?Não é um regime de barões feudais da partidocracia da III República?

Esse sentimento oligarquizante vai desde a actividade política até à censura das vozes críticas à república. O argumento vazio de que os representantes são escolhidos entre os melhores dos cidadãos é pura utopia. 

Qualquer português que lê “a Bola” sabe muito bem que todos os candidatos aos cargos públicos são impostos pelo aparelho partidário.

E cada um de nós sente isso. Eu não posso candidatar-me ao lugar mais simples na junta de freguesia, sem ter qualquer tipo de filiação partidária e os padrinhos certos. Eu tenho de ter cautela se quiser caricaturar alguma alta figura política ou intelectual.

No entanto, a verdade é que nós os monárquicos temos capacidade dialogante para com os republicanos e o contrário não existe na maioria dos casos.  Mas os dissidentes entre eles começam a nascer como cogumelos. Essa é que é essa…

Daniel Nunes Mateus

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