Há uns tempos referi que a única vez que um membro da família real portuguesa havia estado em Moçambique fora em Julho/Agosto de 1907, aquando da visita do Príncipe Real, SAR D. Luiz Filipe.
O meu amigo no Facebook, José Crespo de Carvalho, anotou que não era bem assim. Na verdade, a família real portuguesa visitou Moçambique em 1959, como se pode ver em baixo. Adicionalmente, SAR D. Duarte Pio, actual Duque de Bragança e chefe da casa real portuguesa, prestou serviço militar no Norte de Moçambique entre 1965-1967. Diz o José: ” SAR D. Duarte Pio por volta de 1965/67 voltou à Beira (estava a prestar serviço militar no Norte nos helis) era Tenente. Ficou instalado na casa de hóspedes (casa existente nos jardins da casa do Engº Jorge Jardim). Houve um beberete na casa dele para os Monárquicos que quisessem lá ir com os tradicionais discursos. Houve também um jantar com D. Duarte mas mais restrito, com os “dirigentes” da Causa Monárquica.
Eis as fotos, tiradas pelo Sr. Engº Crespo de Carvalho, que foram gentilmente facultadas pelo José, cujos pais guardaram até esta data, e que foram restauradas por mim.
No fim, uma breve nota do José sobre a PIDE.
A Pide e a Visita Real
Face a uma dúvida minha quanto a um “incidente” com a Pide, o Jo´se esclareceu: “Não houve problemas com a Pide mas sim com um Chico Esperto da Pide que queria mostrar trabalho. Passo a explicar: como representante e “dirigente” da causa Monárquica em Moçambique foi o meu Pai que organizou o encontro que se realizou em casa do Engº Jorge Jardim. Uns dias antes da reunião foi ter com o Inspector Chefe da Pide (Inspector Campos) para o convidar a estar presente na reunião ou que mandasse lá alguém para ver e ouvir o que lá se ia passar. O Inspector Campos disse que não ia nem mandava lá ninguém pois confiava inteiramente nas pessoas que lá iriam estar presntes e nos Monárquicos em geral. O meu Pai insistiu mas ele repetiu que confiava nele. Passadas umas semanas da reunião vieram a minha casa três agentes para falar com o Meu Pai que os mandou subir para a sala. Recusaram-se e disseram-lhe que os teria que acompanhar. O meu Pai ao princípio recusou [prestar declarações], perguntando o motivo. Que falariam quando chegassem ao posto da Pide. Começaram a querer saber coisas da reunião com tons agressivos. O meu Pai disse-lhes que não tinham categoria para o interrogar e que só falava com o chefe deles. Começaram aos berros a ver se o intimidavam mas o meu Pai berrava com eles e dizia só falar com o Inspector Chefe. A sorte do meu Pai que já estava a ver o caso mal parado, foi que o Inspector Campos que nunca ia lá a essa hora naquele dia foi. Ouvindo os berros abriu a porta e ouviu o que o meu Pai estava a dizer logo entrou na sala e mandou que imediatamente mandassem o seu motorista levar o meu Pai a casa. Pediu logo ali mil desculpas e ordenou que os três agentes fossem à tarde ter com ele ao gabinete para esclarecer quem tinha sido o mandante de tal disparate. Dias mais tarde foi a nossa casa pedir desculpas ao meu Pai. Tinha sido um inspector mais novo que era Chico Esperto e que queria apresentar serviço. Já não teria sido a primeira vez. Foi transferido pouco tempo depois. Anos mais tarde fez outra burricada com o motorista do meu Pai (mas com a intenção de o chatear) saiu-se novamente mal pois em tribunal o Juíz não só não lhe deu razão como o repreendeu por abuso de poder.”
Fonte: The Delagoa Bay Blog
Publicado no Facebook por Joana Pereira em NetCafé Monarquia Moderna
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