sexta-feira, 29 de abril de 2011

DOMINGO É O DIA DA BEATIFICAÇÃO DE JOÃO PAULO II

João Paulo II: «Um coração universal»

Padre Manuel Morujão, porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa, recorda exemplo de vida do Papa que será beatificado no próximo domingo

Lisboa, 29 abr 2011 (Ecclesia) – O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP) recorda João Paulo II como uma figura “simples” mas que, pela sua “profunda interioridade”, conseguia tocar a todos com o seu testemunho de Deus.
Em declarações ao Programa da Igreja Católica, esta quinta-feira, na Antena 1, o padre Manuel Morujão destaca um Papa que, ao longo do seu pontificado (1978 – 2005), foi ouvido “por gente da direita e da esquerda, por democratas e ditadores, por ateus e representantes de diversas religiões”.
“Isto demonstra que foi um coração universal, tinha uma palavra para todos, respeitosa, que acolhia os valores das culturas que visitava, e por isso é alguém que merece ser colocado como modelo” sustenta o sacerdote.
O secretário da CEP aponta ainda para o “realismo de vida” que também “dá verdade à santidade” de Karol Wojtyła, nascido na Polónia em 1920, no seio de uma sociedade marcada pelas agruras da Primeira Guerra Mundial.
Ele próprio conviveria, na sua juventude, com a invasão das tropas alemãs e russas, durante a Segunda Guerra Mundial, e com os campos de concentração nazi construídos em território polaco.
(emissão 28-04-2011)
“Viveu as vicissitudes de qualquer cidadão, o que lhe dá um estatuto particular porque viveu grandes dificuldades. Não teve um berço de ouro nem viveu um mar de rosas” refere o sacerdote jesuíta, para quem estas experiências moldaram o modo como João Paulo II contribuiu para a paz em diversos países, sendo um “profeta que levantava a sua voz para defender os mais fracos”.
Tendo tido oportunidade de acompanhar, no Vaticano, os últimos dias de vida de João Paulo II, em 2005, quando o Papa já estava limitado pela doença de Parkinson, o padre Morujão diz que aquilo que mais o impressionou foi “um homem que aceitava a doença, não se eximia de mostrar que era velho e doente”, em que “a sua limitação assumida era uma força”.
Uma força que depois continuava a falar ao coração das outras pessoas que “abeiravam-se dele” e “sentiam que era uma pessoa de família que estava mal”.
O Papa João Paulo II vai ser beatificado no próximo domingo, dia 1 de maio, no Vaticano, uma cerimónia para a qual são esperadas várias centenas de milhares de pessoas.
A beatificação foi anunciada a 14 de janeiro, depois da publicação do decreto que comprovava um milagre atribuído à intercessão de Karol Wojtyla, relativo à cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre, que sofria da doença de Parkinson.
O Vaticano já escolheu o dia 22 de outubro para a celebração da memória litúrgica do futuro beato, data da missa de início do pontificado do Papa polaco, e vai permitir que, no primeiro ano após a beatificação, seja possível celebrar uma “missa de agradecimento a Deus” em locais e dias “significativos”, por decisão de cada bispo diocesano.

João Paulo II: Embaixador na Santa Sé lembra «grande amigo» dos portugueses

Manuel Fernandes Pereira recebeu grupo de bispos portugueses

Octávio Carmo, enviado da Agência ECCLESIA ao Vaticano
Roma, 29 abr 2011 (Ecclesia) – O embaixador de Portugal junto da Santa Sé, Manuel Fernandes Pereira, afirmou hoje em Roma que o Papa João Paulo II foi um “grande amigo” dos portugueses.
Em declarações à Agência ECCLESIA e à Lusa, após ter recebido vários membros do episcopado católico de Portugal, o diplomata diz que as várias viagens do Papa Wojtyla ao país contribuíram para que “os portugueses vissem nele um grande amigo”.
Manuel Fernandes Pereira vai marcar presença na cerimónia de beatificação de João Paulo II, marcada para o próximo domingo, no Vaticano.
O embaixador luso junto da Santa Sé recorda “a ligação entre um Papa polaco e Portugal, cujos povos têm uma grande devoção” à Virgem Maria.
O “trágico atentado” de 13 de maio de 1981 viria, segundo Manuel Fernandes Pereira, a reforçar esses laços.
Este responsável valorizou, por outro lado, o facto de João Paulo II ter começado a falar português, em intervenções públicas, “desde cedo”.
“Via-se que fazia isso com satisfação”, acrescenta, destacando a valorização da língua portuguesa nas cerimónias oficiais do Vaticano, nas quais é habitualmente utilizada.
A cerimónia do próximo domingo vai contar com pelo menos 87 delegações oficiais, incluindo a representação portuguesa, com a presença do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros, Luís Amado.
Para Manuel Fernandes Pereira, essa participação justifica-se com a dimensão “universal” da figura de João Paulo II.
Quanto ao encontro de hoje com bispos portugueses que se encontram em Roma, por estes dias, o embaixador português falou em “honra e satisfação” pela oportunidade de os ter podido receber.
O porta-voz da Conferência Episcopal Portuguesa (CEP), padre Manuel Morujão, sublinha à Agência ECCLESIA o “clima familiar” com que decorreu este momento, no qual marcaram presença uma dezena de pessoas, incluindo o presidente da Conferência, D. Jorge Ortiga, e o novo bispo nomeado de Coimbra, D. Virgílio Antunes, entre outros.
Além da beatificação de João Paulo II, os presentes tiveram oportunidade de recordar a visita de Bento XVI a Portugal, em maio de 2010.
O presidente da CEP agradeceu o convite e o acolhimento recebido, explicitando a missão de serviço da Igreja, particularmente dos bispos de serem também «servos dos servos».
Além dos bispos e do secretário da CEP, marcaram presença o reitor do Colégio Pontifício Português, o reitor do Instituto Português de Santo António em Roma e o Conselheiro Eclesiástico da embaixada portuguesa.
A missa da beatificação decorre na Praça de São Pedro, a partir das 10:00 (menos uma hora em Lisboa), com entrada livre ao local a partir das 05:30.
João Paulo II esteve no Santuário de Fátima em 1982, 1991 e, pela última vez, em 2000, altura em que beatificou os videntes Francisco e Jacinta Marto.
Nessas três visitas, sempre no mês de maio, passou ainda por Braga, Coimbra, Lisboa, Porto, Vila Viçosa, Açores e Madeira, somando-se uma escala técnica no aeroporto de Lisboa (2 de Março de 1983), a caminho da América Central.

Em declarações à Agência ECCLESIA o responsável que se encontra em Roma refere que se “nota muitos peregrinos para assistir à beatificação de João Paulo”, mas o “número é inferior” ao do funeral do antecessor de Bento XVI.

Segundo dados fornecidos pela Secretaria-Geral do Episcopado estarão presentes vários bispos portugueses: D. Jorge Ortiga, D. Manuel Felício, D. António Marto, D. José Policarpo, D. Jacinto Botelho, D. Albino Cleto, D. António Carrilho, D. Serafim Ferreira e o recém-nomeado bispo de Coimbra, D. Virgílio Antunes.

Fonte: Agência ECCLESIA


 
O Papa João Paulo II vai ser Beatificado no próximo domingo, mas as cerimónias prolongam-se por três dias e contam com uma ligação directa a Fátima, que Karol Wojtyla visitou três vezes.
 
A Beatificação terá várias etapas, dentro e fora do Vaticano, e culmina com o rito presidido por Bento XVI, a 1 de Maio. O actual Papa preside, por norma, às cerimónias de Canonização (proclamação de um novo santo) e esta será apenas a segunda Beatificação que celebra.
 
O corpo de João Paulo II vai ser trasladado a 29 de Abril para junto do túmulo de São Pedro (séc. I), considerado o primeiro Papa da Igreja Católica, nas grutas do Vaticano, passando para o altar da confissão, dentro da Basílica, onde vai ser exposto aos fiéis, depois da conclusão do rito de beatificação.
 
O programa completo das celebrações ligadas à beatificação inicia-se a 30 de abril com uma vigília ao ar livre, no Circo Máximo de Roma, momento em que haverá uma ligação em directo a cinco locais de culto dedicados à Virgem Maria, em todo o mundo, incluindo o Santuário de Fátima.
 
A missa da Beatificação decorre na praça de São Pedro, a partir das 10h00 (menos uma hora em Lisboa), podendo os fiéis entrar, livremente, a partir das 5h00.
 
O anúncio do nome de João Paulo II como novo Beato vai acontecer pouco depois do início da missa, numa cerimónia que inclui a apresentação do pedido formal de Beatificação pelo cardeal Agostino Vallini, vigário-geral do Papa para a diocese de Roma. Segue-se a leitura da biografia de João Paulo II e a fórmula recitada por Bento XVI, na qual se faz o anúncio da data da festa litúrgica, concluindo-se com o descerramento do retrato do novo Beato e colocação das relíquias junto ao altar.
 
O Vaticano escolheu o dia 22 de Outubro para a celebração da memória litúrgica do futuro Beato, data da missa de início do pontificado do Papa polaco, e vai permitir que, no primeiro ano após a Beatificação, seja possível celebrar uma "missa de agradecimento a Deus" em locais e dias "significativos", por decisão de cada bispo diocesano.
 
Na segunda-feira, 2 de Maio, na Praça de São Pedro, às 10:30, será celebrada uma Eucaristia em honra do novo Beato presidida pelo Cardeal Tarcisio Bertone, secretário de Estado do Vaticano.
 
A sepultura dos restos mortais de João Paulo II no andar principal da Basílica vai ser feita de forma privada, no mesmo dia 2, na capela de São Sebastião, localizada na nave da basílica do Vaticano, junto da famosa 'Pietà' de Miguel Ângelo.
 
João Paulo II morreu a 2 de Abril de 2005 com 84 anos. Durante as cerimónias fúnebres, muitos fiéis na Praça São Pedro gritaram: "Santo subito!" (Santo já!).
 
Normalmente, o Vaticano respeita um período de cinco anos após a morte para iniciar o processo de Beatificação. No entanto o caso do Papa foi mais rápido devido à "reputação de Santo atribuída ao papa João Paulo II em vida, na morte e após a morte", segundo explicou a Santa Sé em comunicado.
 
A Beatificação foi anunciada a 14 de Janeiro, depois da publicação do decreto que comprovava um milagre atribuído à intercessão de João Paulo II, Karol Wojtyla (1920-2005). Trata-se da cura da religiosa francesa Marie Simon-Pierre, que sofria de Parkinson, tal como João Paulo II.
 
Uma vez beatificado, e para que o Papa polaco se torne Santo, será preciso que um segundo milagre lhe seja atribuído.
 
Económico com Lusa
Encontro da Família Real com S.S., O Papa João Paulo II, em Março de 2003, pela 2ª vez.
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João Paulo II: Ampola com sangue é a relíquia escolhida para a Beatificação
 
Relicário será exposto aos fiéis durante a celebração do próximo dia 1 de Maio. Cidade do Vaticano, 26 abr 2011 (Ecclesia) – Uma ampola com sangue de João Paulo II vai ser exposta como relíquia no rito de Beatificação do Papa polaco, marcado para o próximo dia 1 de Maio, anunciou hoje o Vaticano.
 
Em comunicado, refere-se que o Departamento para as Celebrações Litúrgicas do Sumo Pontífice (DCLSP) preparou um “relicário” em que será apresentado o sangue, recolhido aquando dos últimos dias de vida de Karol Wojtyla (1920-2005), tendo em vista uma eventual transfusão.
 
A missa da beatificação decorre na praça de São Pedro, a partir das 10:00 (menos uma hora em Lisboa), podendo os fiéis entrar, livremente, a partir das 05:00.
 
O anúncio do nome de João Paulo II como novo beato vai acontecer pouco depois do início da missa, numa cerimónia que inclui a apresentação do pedido formal de beatificação pelo cardeal Agostino Vallini, vigário-geral do Papa para a diocese de Roma.
 
Segue-se a leitura da biografia de João Paulo II e a fórmula recitada por Bento XVI, na qual se faz o anúncio da data da festa litúrgica, concluindo-se com o descerramento do retrato do novo beato e colocação da relíquia junto ao altar.
 
Uma relíquia é um objeto preservado com o propósito de ser venerado religiosamente: uma peça associada a uma história religiosa, um objeto pessoal, partes do corpo de um santo ou de um beato.
 
As relíquias são usualmente guardadas em recetáculos próprios chamados relicários.
 
O sangue de João Paulo II recolhido para o centro de transfusões do hospital «Bambino Gesú», em Roma, acabou por ficar guardado em quatro recipientes.
 
Dois deles foram entregues ao secretário particular do Papa polaco, o actual Cardeal Stanislaw Dziwisz, e os outros dois ficaram no referido hospital, que cederá agora uma ampola ao DCLSP.
 
A Santa Sé refere que o sangue se encontra em estado líquido, explicando o facto com a presença de “uma substância anticoagulante presente nas provetas, no momento da extração”.
 
A Beatificação de João Paulo II, a1 de Maio, no Vaticano, será presidida pelo seu sucessor, Bento XVI, que vai apresentar o Papa polaco aos católicos como modelo de vida e intercessor junto de Deus, passados pouco mais de seis anos após a sua morte.
 
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Várias iniciativas assinalam em Fátima a Beatificação de João Paulo II
 
Fátima, Santarém, 27 Abril (Lusa) -- A Beatificação de João Paulo II vai ser assinalada no Santuário de Fátima, que o Papa visitou por três vezes, com várias iniciativas no fim-de-semana, estando o momento alto das celebrações reservado para dia 13 de Maio.
 
"Fátima não podia ficar alheia a este acontecimento da Beatificação de um Papa que lhe esteve tão intimamente unido", justificou o Bispo da Diocese de Leiria-Fátima, António Marto.
 
No sábado, a partir das 20:00, numa organização do Vicariato de Roma que terá transmissão para todo o mundo através do Centro Televisivo do Vaticano, o Santuário vai participar numa vigília de oração, cabendo aos peregrinos que se encontrarem em Fátima a recitação do último mistério do rosário.
 
De Margarida Cotrim (LUSA) © 2011 LUSA - Agência de Notícias de Portugal, S.A.
 

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