Isabel II acaba de completar 85 anos e a sua popularidade entre os britânicos é superior a 80%. Mas por estes dias todos os olhares se concentram no seu neto William.
A bandeira britânica está hasteada no Palácio de Buckingham, o que significa que Isabel II está em casa. Mas é no espectáculo do render da guarda e nos militares com o seu fato de gala e chapéu de pêlo de urso que os milhares de turistas se concentram. É, provavelmente, o mais perto que vão estar da Rainha. A monarca acaba de completar 85 anos e a sua popularidade entre os britânicos é superior a 80%. Mesmo os que não ligam muito à monarquia reconhecem o trabalho que Isabel II tem feito ao longo de quase 60 anos no trono.
“Não sou a maior fã da monarquia, mas sou da forma como a Rainha tem desempenhado o seu papel”, conta Pauline Brazier, enquanto aproveita a sombra de St. James Park, numa Sexta-Feira Santa em que as temperaturas ultrapassam os 26 graus em Londres. “Penso que é bom tê-la por perto, apesar das críticas de que custa muito aos cofres dos contribuintes”, acrescenta esta reformada. “Além disso, será que haveria assim tanta gente em Buckingham se não fosse a Rainha?”, questionou.
Isabel II pode estar no trono, mas por estes dias todos os olhares concentram-se no seu neto William. Dentro de menos de uma semana, o filho do príncipe Carlos e de Diana vai casar com Catherine Middleton. E os súbditos de Sua Majestade estão radiantes. “Tem sido um motivo de orgulho para o País e para os britânicos”, diz Pauline, que cresceu com Isabel II no poder e mal se lembra de quando o rei Jorge VI morreu. Kate, essa, nunca será uma Diana. “Ela era um ícone, nunca mais vai haver outra como ela.”
“Diana era muito mais popular do que a família real. Era ela que todos amavam, que todos queriam ver e com quem todos queriam estar”, afirmou o perito em relações públicas Max Clifford à AFP. De facto, segundo uma sondagem de há quatro anos, a morte da princesa Diana, em 1997, foi o acontecimento que mais marcou a actual visão que os britânicos têm da família real (o terceiro acontecimento da lista foi o casamento de Carlos e Diana).
Mas a monarquia aprendeu a lição, tornando-se menos distante (pelo menos em aparências). A prova disso é o uso que faz das novas tecnologias, desde o Facebook ao YouTube, plataformas que serão usadas para a transmissão do casamento de William e Kate e que apelam a um público mais jovem. Mas são também essas as armas utilizadas pelos grupos antimonarquia, como o Republic, que estão a aproveitar a oportunidade para recolher apoios. “Alguns republicanos sugeriram que devíamos simplesmente ignorar o casamento e manter a cabeça baixa por alguns meses”, escreveu Graham Smith, porta-voz do Republic, num artigo de opinião no seu site. Mas o grupo fez precisamente o contrário, aproveitando para gerar publicidade, organizando a sua própria festa de rua em Londres, no dia do enlace. Resultado, desde o anúncio do noivado, o número de membros do Republic duplicou, ultrapassando mais de 14 mil apoiantes. E a caneca “I’m not a royal mug” (não sou uma caneca real) é um sucesso.
Fonte: DN
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