sábado, 23 de abril de 2011

A LEGITIMIDADE DO REI

Mais uma vez, dada a relevância do assunto, republico a resposta que dei aqui ao leitor Pinheiro:

A autoridade de um Rei assemelha-se à autoridade de um Pai. Tal como a Família tem o Pai por chefe natural, também a Nação – que é uma Família alargada – tem o Rei por seu chefe natural. E tal como o Pai procura sempre o melhor para a sua Família, também o Rei procura sempre defender os interesses do próprio Povo. O Rei é como que o Patriarca da Nação. A Ele devemos obediência e respeito.
 
No entanto, importa clarificar que para se ser Rei não basta ser-se Filho do Rei. Um Rei, para ser Rei, necessita primeiro de ser aclamado em Cortes. São as Cortes, isto é, os Corpos vivos da Nação (Corporações, Municípios, etc.), que reconhecem e aclamam o Rei. Rei sem ser aclamado, não é Rei.
 
Mas pode um Rei depois de aclamado perder a legitimidade? Sim. O Rei que renegue a Nação, o Rei estrangeiro ou o Rei despótico, que usa da sua autoridade para satisfazer caprichos pessoais em vez de honrar os compromissos que jurou em Cortes, é um Rei ilegítimo. E a autoridade ilegítima deve ser sempre combatida. O Princípio é sempre o de defender a Herança contra o Herdeiro. Porque da mesma forma que o Pai que abandona o Família perde legitimidade sobre ela, também o Rei que repudia a Nação perde legitimidade sobre ela. Exemplo: D. Pedro IV.
 
Para terminar, recordo estas belas palavras de Codreanu:
 
«À frente da Raça, e sobrepondo-se aos seus núcleos de selecção, avulta a Monarquia.
 
Recuso a República.
 
Ao longo da História, bons Monarcas houve, muitos deles óptimos, alguns débeis, outros maus; uns, honrados, e que fruíram do amor do(s) seu(s) povo(s) até ao fim da vida; outros houve a quem cortaram a cabeça.
 
Nem todos os Monarcas foram bons.
 
A Monarquia, em si, porém, sempre foi boa: é sempre boa.
 
Convém não confundir a instituição ou regime com os homens que, episodicamente, povoaram ou povoam uma e outro, deduzindo daí conclusões precipitadas e/ou daí retirando falsas consequências.
 
Pode haver maus sacerdotes e nem por isso é lícito admitir a eventualidade – ou advogar a necessidade – de se proceder à extinção e abolição da religião, à dissolução da Igreja, à refutação de Deus.
 
Há, seguramente que sim, Monarcas débeis, outros maus, mas não se segue daí que possamos, lá por isso, contestar ou rejeitar a Monarquia, pôr em dúvida e em causa a perene e sempiterna validade da mesma.
 
Na faina agrícola, a um ano bom sucede um mau, ou dois maus anos a fio seguem-se, por vezes, a um bom; apesar disso, não passa pela cabeça de ninguém a ideia de abandonar a agricultura por tão pouco.
 
Faz um Rei o que quer? E então, nesse caso, quando é que Ele é grande, quando é que é pequeno? Quando é bom e quando mau?
 
Um Monarca não faz só o que bem Lhe apetece; um Monarca é pequeno quando faz o que quer, e grande quando faz o que deve.
 
Existe uma linha da vida da Raça. Um Monarca é grande e é bom sempre que se mantém fiel a essa linha, e dentro dela, é pequeno e mau na medida em que dela se afaste ou que a ela se oponha.
 
Esta é a lei da Monarquia.
 
Outras linhas há que podem também fascinar um Monarca: a linha dos interesses pessoais, a dos interesses de grupo, a dos de casta e extracção social, a dos interesses sectoriais, a linha dos interesses estrangeiros, seja ela abraçada intra ou extramuros.
 
Deve o Monarca postergá-las, a todas, e seguir a linha da Raça.»

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