segunda-feira, 25 de abril de 2011

OS LIVROS SOBRE A MONARQUIA INGLESA - DA LITERATURA "LIGHT" AOS CONTOS DE FADAS

Da literatura 'ligth' aos contos de fadas
Nasceram no centro do poder. As suas vidas ganham um estatuto lendário mesmo quando são marcadas pela tragédia. A literatura encarrega-se disso. Em Portugal as obras sobre a monarquia inglesa não abundam.

Príncipes e princesas, reis, rainhas, aias, criados, tesouros e tronos, conflitos, guerras e depois o final feliz. São assim os contos de fadas, histórias maravilhosas em que estas figuras surgem como uma encarnação do bem ou do mal, da beleza ou da fealdade mas sempre como modelo a seguir ou a evitar. Este universo dos contos de fadas que recobre de maravilhoso as monarquias e com o qual gerações atrás de gerações constroem o imaginário infantil. Não se pode pois falar de livros sobre a família real sem falar primeiro destas histórias que alimentam muito do fascínio que os membros das monarquias exercem sobre o mundo.

No caso da família real inglesa a sua história começa com o lendário rei Artur e a sua espada mágica, Excalibur, o reino de Camelot cheio de fadas, feitiços e glórias contados na saga de Marion Zimmer Bradley, As Brumas de Avalon. Os livros, que venderam milhares de exemplares, foram para muitos o único contacto com a história da família real inglesa, que em Portugal nunca constituiu um motivo de interesse suficiente para levar as editoras a apostar em edições e traduções. Só a princesa Diana, cuja vida atribulada e morte trágica tiveram durante muitos anos direito a crónicas diárias nos media originaram uma procura do público que justificou a edição de vários livros, entre elas Diana: Uma Vida, a biografia escândalo escrita por Tina Brown e editada pela Asa,Diana: O mito e a Moda, de Tamsin Blanchard e Tim Graham (Verbo) ou Diana: Um segredo bem Guardado, da autoria do inspector Ken Wharfe e de Robert Jobson (Estampa). Porém, na livraria virtual Amazon estão disponíveis 25 títulos, em inglês, sobre a mãe do príncipe William, cujo casamento, marcado para sexta-feira, dia 29, está já a gerar também um certo frisson no mundo editorial anglo-saxónico. Nos escaparates das livrarias portuguesas pode encontrar-se William e Kate: Uma história de Amor Real (Guerra&Paz).

Percorrer as estantes de livrarias reais como a Fnac ou a Bertrand ou virtuais como a Wook mostra que a monarquia inglesa não tem sido alvo de investimento por parte das editoras portuguesas. Nem o Tratado de Windsor, que liga Portugal a Inglaterra (o mais antigo em vigor na Europa) e que está na origem dos casamentos de D. João I com a princesa inglesa Filipa Lencastre e da infanta Catarina de Bragança com o rei inglês Carlos II, tem produzido muita literatura. A Esfera dos Livros e a escritora Isabel Stilwell são responsáveis por duas obras que se debruçam sobre estas mulheres.

O rei Henrique VIII ou as rainhas Isabel I e Vitória são as personagens mais retratadas na literatura traduzida para português. Dos títulos, entre elas estão: Os Últimos Dias de Henrique VIII, de Robert Hutchinson (Casa dasLetras), A Rainha Vitória: Biografia, de Jacques Langlade(Europa- -América) ou As Rainhas Tudor – O Poder Feminino em Inglaterra, de David Loads (Caleidoscópio). Uma das curiosidades sobre a realeza editada em Portugal é Reis Que Amaram como Rainhas, de Fernando Bruquetas de Castro, uma obra sobre os monarcas homossexuais da história europeia.

As paixões, os amores, infelicidades, o heroísmo ou a baixeza ou grandezas, seja em literatura light ou em profundas investigações históricas, a verdade é que as existências dos membros da monarquia inglesa parecem destinadas a deixar um rasto na posteridade. Mas, seja na literatura, na música ou apenas no imaginário popular, esse rasto colocá-los-á para sempre entre a realidade e a lenda.

Fonte: DN

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