O casamento de Kate Middleton e do príncipe William, sexta-feira, está a ter um impacto significativo no aumento do número de turistas que por estes dias se encaminham para Londres.
No momento em que a crise económica e financeira se faz sentir também no Reino Unido, o já denominado “casamento do século” é encarado como uma “bênção dos deuses” para a economia do país.Os mais cépticos afirmam, porém, que o impacto será menor.
Menor ou não, o facto é que o enlace, no próximo dia 29, do príncipe William e Kate Middleton – como qualquer evento da família real britânica – está já a reflectir-se no número de turistas que rumam ao Reino Unido e em especial a Londres, onde irão fazer o “roteiro” dos monumentos que estão intimamente ligados à monarquia. Esta constatação reforça a ideia de que se a família real – acusada de ser uma das mais dispendiosas da Europa – constitui uma despesa para o erário público e, por isso, é alvo de críticas, ela é também geradora de fundos ao ponto de haver quem refira a monarquia como indústria turística. Segundo um estudo publicado em 2010, turistas estrangeiros que em 2009 visitaram locais relacionados directa ou indirectamente com a monarquia “contribuiram” com mais de 600 milhões de euros para os cofres britânicos.
O turismo, com os seus 2,1 milhões de postos de trabalho – 7% do total do país – é uma das maiores indústrias do Reino Unido. Este recebeu 23,9 milhões de turistas, em 2010, que terão contribuído com mais de 12 mil milhões de euros para a economia britânica. E, segundo alguns estudos, não se está perante o melhor ano do turismo do Reino Unido. Em 2009, por exemplo, foram mais de 28 milhões os estrangeiros que chegaram a Londres, um número que deverá ser ultrapassado este ano com o casamento real e mais ainda em 2012, ano do Jubileu da rainha Isabel II, dos Jogos Olímpicos e dos Paraolímpicos.
Um estudo recente publicado em alguns jornais britânicos dava conta de que o “casamento do século” deverá render mais de mil milhões de euros extra para a economia britânica, tendo em conta o movimento de turistas que estarão então na capital, que visitarão os monumentos da cidade e regressarão, depois, com as inúmeras “recordações” que ali adquirem para celebrar não só o momento mas também outros elementos da família real, como Isabel II ou a “Princesa do Povo”. Eles são as moedas, os DVD, as bonecas de papel a representar o jovem casal, os coloridos pratos, as toalhas de chá, as canenas de cerveja, etc..
“Sempre quis ver Buckingham Palace.” Esta é uma frase vulgarmente utilizada por muitos dos milhões de turistas que, anualmente, visitam a residência e local de trabalho da rainha em Londres e que só está aberta oito semanas por ano. No entanto, o local mais procurado por visitantes estrangeiros é precisamente a Torre de Londres, célebre por ter sido o local onde Ana Bolena, a segundo mulher de Henrique VIII, esteve presa, foi julgada e executada. Em 2009, por exemplo, só a Torre de Londres – onde podem ser vistas as jóias reais – recebeu 2,4 milhões de visitantes. Não existem, assim, dúvidas de que a monarquia é geradora de fundos, mas também é facto que a família real constitui um item algo pesado nas despesas do erário público.E as críticas aos seus gastos são tanto mais acesas quanto maior é a crise económica ou os escândalos em que se envolvem alguns príncipes.
Fonte: DN
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