«Para encontrar uma década de crescimento tão fraco, é preciso recuar a 1912/1921, período pós implantação da república»
O empobrecimento da última década deixou o país numa situação muito difícil. «Vamos ser para a Europa o que Trás-os-Montes é para Portugal», prevê o economista Vítor Bento, na conferência promovida pelo SOL, nesta sexta-Feira, no CCB:”A economia e o futuro de Portugal” que é também o título do estudo de Ernâni Lopes, a sair na próxima sexta feira (6)
(30 de Outubro de 2009)
Portugal insustentável
O presidente da Sociedade Interbancária de Serviços (SIBS), Vítor Bento, considera que Portugal dificilmente sairá da «armadilha de empobrecimento relativo» da última década. «Vamos ser para a Europa o que Trás-os-Montes é para Portugal: uma região empobrecida».
O economista considera que o endividamento do país entrou «numa espiral de insustentabilidade». Pelas suas contas, aos 66% de PIB de dívida pública, têm de somar-se 25% do PIB em dívida do sector empresarial não-financeiro e 15% em encargos com parcerias público-privadas.
«Gastámos a herança, tudo o que produzimos e retiramos um ano de rendimentos ao nosso filho», refere analogicamente.
«Para encontrar uma década de crescimento tão fraco, é preciso recuar a 1912/1921, período pós implantação da república e da passagem da 1ª guerra mundial», afirmou, durante a sua intervenção no CCB.
I Republica foi a pior crise da História económica portuguesa
Economia Portuguesa, César das Neves- anotações do SomosPortugueses
O Economista , actual Presidente do Sibs e Conselheiro de Estado Vitor Bento , que colaborou com o IDP na Conferência Lonergan (no UCP),vem dispor ao público uma visão que já se vinha vislumbrando nos últimos dois anos.
O desenvolvimento de Portugal foi comprometido a seguir ao 5 de Outubro de 1910, com taxas de depressão que eliminaram toda a riqueza produzida durante os reinados de D. Manuel II, D. Carlos e D. Luís.De facto o período vivido entre 1912 e 1921 foi a pior crise económica da História de Portugal, desde o Fontismo ,em 1850.
Foi esse factor o principal factor que destruiu e condicionou a capacidade estrutural nacional e os factores endógenos, o qual se reflecte na capacidade actual para criar riqueza
Não só o futuro do País ficou irremediavelmente comprometido com um atraso estrutural de 30 anos, como condicionou toda a evolução económica do sec XX, com o crescimento económico português a ser influenciado quase na totalidade pela dinâmica económica do resto do Ocidente.Portugal cresceu porque o resto do Ocidente crescia, a taxas muito superiores.
É a visão de um país condicionado, sem liberdade e sem futuro que se quer atingir quando se evoca o período da I República para comparar a actual crise nacional.
Fonte parcial:
Publicado pelo IDP
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