O álbum dos beatos tem mais um nome português a partir de hoje: a Madre Maria Clara do Menino Jesus, fundadora da Congregação das Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição.
As celebrações começaram às 10h30. A cerimónia foi presidida por Angelo Amato, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos, no Restelo, em Lisboa. A missa foi celebrada pelo Cardeal Patriarca de Lisboa, D. José Policarpo.
Depois de lida a carta apostólica pelo Cardeal Angelo Amato, onde se refere que a nova beata foi “grande apóstola da ternura e da misericórdia de Deus” e tinha “profunda humildade”, o prefeito da Congregação para as Causas dos Santos concedeu o título de beata à venerável serva de Deus, Maria Clara do Menino Jesus.
A festa litúrgica da beata será “celebrada nos lugares e segundo as regras estabelecidas pelo Direito, todos os anos, no dia 1 de Dezembro".
Antes do início da missa, presidida por D. José Policarpo, a miraculada Georgina Troncoso Monteagudo deu o seu testemunho sobre o milagre que obteve por intercessão da Madre Maria Clara, fenómeno que conduziu à beatificação da religiosa.
Na homilia, o Cardeal Patriarca de Lisboa lembrou que não existem dois santos iguais. "Sendo uma resposta a um apelo contínuo do amor, envolvem a história pessoal de cada um, os dons pessoais com que foi criado, a sua resposta aos apelos concretos das circunstâncias, do tempo e da história. Um santo exprime sempre a actualidade do amor de Deus na história dos homens e nas circunstâncias concretas de cada tempo". D. José Policarpo lembrou ainda a ousadia e a firmeza da irmã perante as dificuldades: "Libânia do Carmo, que tomou em religião o nome de Clara do Menino Jesus, nasceu num tempo singular e sentiu os desafios de ser cristã e de ser Igreja, numa sociedade cultural e politicamente a afastar-se do ideal cristão.
As crises sociais e as epidemias da peste indicaram-lhe os pobres como destinatários do seu amor. Mas não esqueçamos a sua ousadia missionária e a sua firmeza, mostrada perante todas as dificuldades com que se foi deparando. E as que encontrou no seio da sua própria família religiosa não foram, certamente, as mais fáceis. Mas não desistir é apanágio dos santos".
Fiéis podem visitar túmulo
De tarde, o túmulo de Maria Clara, que morreu em Dezembro de 1899, pode ser visitado pelos fiéis na sede da congregação, em Queijas, concelho de Oeiras.
A beata Libânia do Carmo Galvão Mexia de Moura Telles e Albuquerque nasceu na Amadora, distrito de Lisboa, a 15 de junho de 1843, e recebeu o hábito de Capuchinha em 1869, escolhendo o nome de Irmã Maria Clara do Menino Jesus. Morreu em Lisboa em 1899, no dia 1 de Dezembro.
Foi uma das primeiras a enviar outras mulheres para as missões e fundou aquela que é hoje a maior congregação feminina portuguesa: as Irmãs Franciscanas Hospitaleiras da Imaculada Conceição(CONFHIC).
A missa de Acção de Graças na Sé Patriarcal decorre Domingo, às 11h30, e é presidida pelo Núncio Apostólico de Lisboa.
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