domingo, 22 de maio de 2011

COMEMORAÇÕES DOS 500 ANOS DO PAÇO DA RIBEIRA DE MUGE ALERTAM PARA A NECESSIDADE DA SUA PRESERVAÇÃO

 
 
Um grupo de habitantes de Paço dos Negros não deixou passar em claro os 500 anos do Paço Real da Ribeira de Muge, na freguesia de Fazendas de Almeirim, e organizou no sábado 14 de Maio várias iniciativas para assinalar a data. As comemorações “não oficiais”, tiveram o intuito de mostrar que é necessário preservar o pórtico do paço, a capela e o moinho, que são dos poucos vestígios históricos existentes no concelho de Almeirim.
 
O grupo que se auto-intitula Academia da Ribeira de Muge tem vindo a fazer a manutenção do espaço e dias antes das comemorações trataram de pintar os imóveis e limpar o espaço que tinham ervas de uma altura já considerável. A intenção desta academia, que os membros pretendem constituir em associação, é promover visitas guiadas ao local e dar a conhecer a história local. Nas comemorações estiveram presentes o presidente da Junta de Freguesia de Fazendas de Almeirim, Manuel Bastos Martins, acompanhado de outros elementos do executivo, e o Marquês de Rio Maior em representação do Herdeiro do Trono Português, Dom Duarte de Bragança.
 
A academia tem feito voluntariamente o levantamento topográfico da área do paço real e a recolha de materiais arqueológicos na zona. Aquilino Fidalgo, bisneto de Manuel Francisco Fidalgo que em 1903 adquiriu o espaço onde está o pórtico do Paço Real ao Conde de Atalaia, conduziu os visitantes à capela e ao moinho, onde o grupo tem vindo a recupera os vários mecanismos de madeira da moagem das farinhas. Recorde-se que o paço entretanto foi vendido em parcelas a outros particulares e que posteriormente veio a ficar na posse da Câmara de Almeirim.
 
 
Elias Rodrigues, arquitecto e um dos estudiosos do património concelhio, disse que todo o espólio existente em Paço dos Negros tem dignidade para ser um museu. E para fazer parte “de uma rota cultural” aproveitando a riqueza histórica para potenciar o turismo. lançou ainda o desafio para que seja feita uma maqueta do antigo pórtico, ou uma reprodução multimédia a três dimensões, de modo a que as pessoas possam perceber como era o paço e como se vivia nele.
 
O Paço Real da Ribeira de Muge servia de pousada aquando das caçadas e montarias da Família Real. Como os que serviam no paço eram escravos o local começou a ser conhecido como Paço dos Negros, nome que acabou por ser dado à aldeia da freguesia de Fazendas de Almeirim. O Paço era composto por um pátio central, uma capela e residência real, cemitério, azenha, residência para servos, pomar, horta e manada de gado e foi também sede de almoxarifado (responsável pela gestão de bens da Casa Real).
 

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