Vinte pessoas participaram ontem, em Mirandela, numa manifestação com velas pelo comboio em Trás-os-Montes e contra a barragem de Foz Tua, uma iniciativa a que se juntou o representante da Monarquia em Portugal. O Duque de Bragança, Dom Duarte Pio, foi pela segunda vez a Mirandela participar numa cerimónia de celebração do 1º de Dezembro, a que se seguiu a manifestação, que terminou com a colocação de velas no cais de embarque da antiga estação da linha do Tua naquela cidade. A acção foi organizada pelo Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) que continua a defender a reactivação da última ferrovia do distrito de Bragança.Segundo a agência Lusa, Daniel Conde, do MCLT, reiterou que "seria necessário um investimento bastante reduzido" para reabrir a linha do Tua. Segundo as suas contas, "com a alteração do tecto de financiamento do QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional] podia-se reabrir as vias estreitas transmontanas do Tua, Corgo e Sabor, a um custo para o Estado de apenas oito milhões de euros".
O dia serviu também para homenagear o presidente da Câmara de Mirandela, José Silvano, que está a um mês de deixar o cargo.
Fotos de euroluso
S.A.R. o Senhor Dom Duarte pela defesa da linha do Tua
Manifestação pela linha do Tua reuniu 20 pessoas
Vinte pessoas participaram hoje, em Mirandela, numa manifestação com velas pelo comboio em Trás-os-Montes e contra a barragem de Foz Tua, uma iniciativa a que se juntou o duque de Bragança.
Vinte pessoas participaram hoje, em Mirandela, numa manifestação com velas pelo comboio em Trás-os-Montes e contra a barragem de Foz Tua, uma iniciativa a que se juntou o duque de Bragança.
O representante da monarquia em Portugal foi pela segunda vez a Mirandela participar numa cerimónia de celebração do 1.º de Dezembro, a que se seguiu a manifestação, que terminou com a colocação de velas no cais de embarque da antiga estação da linha do Tua na cidade.
Duarte Pio disse que viajou várias vezes, desde criança, nesta linha centenária. A última foi mesmo antes de ser desactivada, em Agosto de 2008, na sequência do último de quatro acidentes com outros tantos mortos.
O metro de Mirandela, que ligava ao Tua, já só circula até ao Cachão e a parte mais procurada turisticamente da linha vai ficar submersa na albufeira da barragem que está em construção na foz do rio Tua.
Pela última linha de Bragança
O Movimento Cívico pela Linha do Tua (MCLT) continua a defender a reactivação da última ferrovia do distrito de Bragança e foi um dos promotores da manifestação de hoje que se seguiu à cerimónia do 1.º de Dezembro, em que foi homenageado o presidente da Câmara de Mirandela, a um mês de deixar o cargo.
José Silvano, o único político a defender a linha contra a barragem na região, não acompanhou a marcha "pouco participada", como admitiu Daniel Conde, do MCLT, mas para o activista "o que conta é a intenção".
O defensor da ferrovia reiterou que "seria necessário um investimento bastante reduzido" para reabrir a linha do Tua. Segundo as suas contas, "com a alteração do teto de financiamento do QREN [Quadro de Referência Estratégico Nacional] podia-se reabrir as vias estreitas transmontanas do Tua, Corgo e Sabor, a um custo para o Estado de apenas oito milhões de euros".
Todavia, "isto é tudo decisões políticas, favorecimento, corrupção e sabe-se lá mais o que anda misturado com esta história da barragem do Tua", declarou.
Daniel Conde alertou que a região há de "colher os dividendos daqui por algum tempo se o Douro ficar intransitável por causa da barragem da Foz do Tua ou se o Douro Vinhateiro deixar de ser património da Humanidade e quando os transmontanos forem todos atirados para as estradas e a nossa economia definhar por causa da dependência do petróleo e das portagens".
Outra presença nesta marcha foi a do ambientalista do GEOTA João Joanaz de Melo, que se deslocou a Trás-os-Montes para participar na homenagem ao autarca. No seu entender, "se houvesse mais como ele, as associações ambientalistas tinham eventualmente menos trabalho".
A barragem vai, ainda de acordo com o ambientalista, acabar com a possibilidade de fazer este tipo de actividades e descaracterizar "o vale do Tua e a linha, que são tão marco daquilo que é a identidade portuguesa como é o Terreiro do Paço, os Jerónimos ou muitas outras maravilhas naturais e construídas em Portugal".
O ambientalista defendeu uma política de transportes nacional que aposte mais em meios ferroviários e uma política energética para reduzir a factura pela via da eficiência e não com a construção de mais barragens.
Fonte: Expresso
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