Na República Portuguesa, o bastonário da Ordem dos Advogados Marinho Pinto afirma que o Procurador Geral da República é "uma excepção" num poder judicial "empenhado em derrubar o primeiro-ministro".
Na República Francesa, o poder judicial foi acusado em tempos de procurar evitar a ascensão política de Jacques Chirac (por presumível fraude à frente da Câmara de Paris); hoje o mesmo poder judicial é acusado de lhe dar "cobertura" por ele ter sido Presidente de França.
Na República Italiana, o primeiro-ministro Silvio Berlusconi acha tudo o que se lê e vem dos tribunais a seu respeito é uma mentira e continua a acusar o poder judicial de ser cúmplice da oposição que o pretende derrubar.
Nestas três repúblicas, o poder judicial é invariavelmente acusado de "partidarismo", quer se trate de condenar - ou de ilibar- qualquer figura política de topo.
Uma fatalidade? Porquê?
Para os monárquicos "por conclusão" como eu, a explicação é óbvia e natural: nas monarquias europeias o poder judicial não é nem de "esquerda" nem de "direita" porque o suprapartidarismo da Instituição Real lhe proporciona essa isenção.
Onde está a independencia política do poder judicial em tempos de "centenário" da República? Mistério que nem a "ética republicana" do meu amigo Manuel Alegre alguma vez conseguirá esclarecer...
Luís Filipe Coimbra
(Publicada por Juventude Monárquica de Lisboa)
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