A partir do próximo dia 21 de Setembro, a Parques de Sintra – Monte da Lua apresentará, no Palácio Nacional da Pena (Sala dos Veados), Sintra, a exposição “Vitrais e Vidros: um gosto de Dom Fernando II”, mostrando pela primeira vez ao público as colecções de vidros e vitrais do Palácio, após uma campanha de cerca de dez meses de trabalhos de conservação, restauro e reconstituição.
As obras em exposição constituem um notável conjunto de vitrais dos séculos XIV a XIX, no qual se inclui o mais antigo vitral conhecido em Portugal. A excepcionalidade da ocasião motivou ainda a reorganização da colecção de vidros do palácio que, por se tratar de uma das mais representativas colecções da história do vidro europeu existente no nosso país, estará exposta na Sala dos Veados juntamente com os vitrais.
Esta mostra dará a conhecer ao grande público a diversidade e excelência de duas importantes colecções e, simultaneamente, permitirá à comunidade científica beneficiar de futuros trabalhos de investigação. Neste sentido, a inauguração foi agendada de forma a coincidir com a presença, em Lisboa, dos maiores especialistas internacionais nas áreas da conservação e restauro do vitral: o Comité para a Conservação do ICOM, e comité português do Corpus Vitrearum.
Com o objectivo de restaurar, expor e estudar este importante conjunto de vitrais, a Parques de Sintra – Monte da Lua assinou, em 2010, um protocolo com o Departamento de Conservação e Restauro (DCR) da Fac. Ciências e Tecnologia da Univ. Nova de Lisboa, que detém vasta experiência nos campos do vidro e do vitral, envolvendo os seus alunos e professores. Esta parceria teve como primeiro objectivo o restauro integral do conjunto, mas envolve também um profundo trabalho de análise laboratorial com vista à identificação dos materiais utilizados, datação e caracterização dos painéis, bem como ao estudo das patologias encontradas. Adicionalmente tem sido possível estabelecer importantes contactos internacionais para que esta colecção portuguesa possa ser estudada no âmbito da História da produção vítrea europeia.
Produzidos no centro da Europa (Alemanha, Suíça e Países Baixos), os vitrais, provenientes de igrejas, mosteiros, casas senhoriais e oficinas de artífices, chegaram ao nosso país através do rei Dom Fernando II, que os mandou colocar na Sala de Jantar do Palácio das Necessidades, em Lisboa. Após a implantação da República, o Palácio foi entregue ao Ministério dos Negócios Estrangeiros e quase todo o seu recheio foi disperso. Os vitrais da Sala de Jantar foram apeados e transferidos para as reservas do Palácio da Ajuda, onde ficaram até 1949. Nesta data, e depois de um pedido do Conservador do Palácio Nacional da Pena, os “8 caixilhos de madeira com vitrais” chegaram à Pena para ser aplicados nas janelas deste edifício.
Nesta exposição integram-se também os vitrais do Salão Nobre e da Capela do Palácio da Pena. Tal como nas Necessidades, foram aplicados vitrais de épocas diferentes nas janelas do Salão Nobre do Palácio da Pena, sendo este o único patchwork de vitral encomendado por Dom Fernando que ainda se encontra no mesmo local desde o século XIX. Já os vitrais da capela foram produzidos em Nuremberga em 1840-1841 propositadamente para este espaço. Tendo, recentemente, beneficiado de um profundo trabalho de restauro, estes vitrais podem, agora, ser vistos de perto e ao pormenor.
Vitrais e Vidros: um gosto de Dom Fernando II
Inauguração: 21 de Setembro, 18h
Entrada: gratuita mediante ingresso para visita ao Palácio da Pena
Horário (Verão): 09h30 às 19h00
Horário (Inverno): 10h às 18h
Fonte: turistacidental
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