quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

OS PERIGOS DA REPÚBLICA, POR JOSÉ ANTÓNIO MOREIRA, DE ESPINHO (*)

                        
Exmas.Senhoras 
Exmos.Senhores 
MeusQueridos Amigos
Caroscompanheiros monárquicos

Permitam-meque comece estas palavras com uma afirmação pessoal: sou monárquico. Gostavaque isso ficasse bem claro. E digo isto para que todos aqueles que seidentificam com a causa façam assim como eu. Por onde quer que passem, digamsempre que são monárquicos. Afirmem com convicção.   

Éassim que se formam as grandes correntes e nós queremos continuar a crescer.

Seique é difícil falar de monarquia num país que assistiu ao assassinato de umMonarca para que a república, envergonhadamente escondida, subisse ao poder.Hoje temos um filho da nação, que é bastardo, eleito de cinco em cinco anos,sem qualquer tipo de preparação, carregando na alma o peso familiar desse actomalvado, travestido de democrático e disfarçadamente absolutista, dado que estarepública nem sequer admite a realização de um referendo, para que seja o povoa escolher entre república, federação ou monarquia. Para que conste: qualqueruma desta pode e deve ser democrático.   

MinhasSenhoras
MeusSenhores
CarosAmigos Monárquicos

Estanossa democracia está cada vez pior e enferma mesmo de alguns males que alançam para a boca da agonia total. Afinal a república era um regime tão perfeito,tão equilibrado, que poderia ser o exemplo do paraíso – diziam eles - masinfelizmente esta república está transformada numa pandemia que parece ter repercussõesmuito maiores do que aquela que nos fazem querer parecer. Não é para admirar,pois, quem muito promete, dificilmente consegue cumprir. E veja-se por exemploonde está um dos grandes perigos das repúblicas e quiçá, das democracias: aeleição por voto directo e secreto.

Seé verdade que este tipo de processo permite a escolha pela maioria, também nãoé mentira que essa mesma escolha seja apenas a tendência da maioria. Mas piordo que isso é permitir o voto de quem não tem competência para escolher operfil de quem nos vai governar. Este é o verdadeiro perigo. Termos pessoas queinterferem no processo eleitoral que não estão à altura de saber escolher quemé o melhor gestor para governar Portugal. 

É isso que me preocupa, porque num sistema republicano são muitos os que prometempara conseguirem ser eleitos. Prometem emprego, mas não ensinam a trabalhar,prometem mais e melhor educação, mas não lhes dão o conhecimento, oferecem-lheso título sem a sabedoria, dão o diploma que conta para as estatísticas mas queesconde a dura realidade da nossa economia e do desemprego que aumenta assustadoramente. 

Os republicanos prometem-nos mais justiça, justiça essa que penaliza cada vez maiso povo e os abriga – a eles, políticos - dos crimes, das fraudes e dos benefíciospróprios. Fazem da justiça autênticos baloiços, à disposição deles próprios.Tudo isto para o crescimento ilícito da pior e mais viciada classe que existeentre nós. Meus amigos, este é o cenário ideal para um republicano. Isto é queé uma verdadeira república!

Masnós, Monárquicos, não queremos isso. Temos valores e princípios, defendemos causase temos argumentos. Privilegiamos as pessoas como um todo e não apenas osinteresses pessoais.   

Veja-se por exemplo o caso do Tiririca, noBrasil. Eleito sem saber quase nada. Digam-me o que é que ele vai fazer para umparlamento?! Como pode ele representar um povo?! Será que todos os brasileirosse revêm nele?! Meus caros amigos monárquicos, é nisto que a república diz queé democrática? Então deixem-me que lhes diga que aqui, o tudo, é muito pouco. ARepública nasce do oportunismo e da miséria e aproveita-se da infelicidadealheia. Da miséria que os próprios republicanos semeia para tirar dividendos daeleição e para os prolongar no poder. É isso que nós temos de combater, dedestruir, de saber denunciar. São esses oportunistas de meia tigela, cujo oprazo de validade há muito se esgotou, que eu quero combater. 

Masa república tem mais anedotas. Oferece o poder aos filhos bastardos destePortugal, bastardos esses que são eleitos de 5 em 5 anos?! Esta república trocacausas por milhões e oferece ao povo a liberdade do voto, mas ilude as pessoas compromessas falsas, ocultando o conhecimento.

Meusamigos, caminhamos apressadamente para o abismo. Muitos são os perigos destademocracia, que está doente e completamente adulterada da sua razão de ser e deexistir.

Muitosdirão que eu exagero. Pois bem, que o digam, não me importo. Esses republicanostravestidos de solidários querem-nos crucificar só porque denunciamos a galinhados ovos de ouro deles. Eles servem-se da república para se dizerem democráticos.Utilizam o voto e a histeria popular para se fazerem eleger e depoisenriquecerem escandalosamente.

Servem-seda iliteracia do povo português , liderada por eles próprios, para enganar quem promoveme tem o direito de votar. Contam os votos e nunca mais querem saber de nós. Piordo que isso, passam quatro anos a angustiar toda a gente com pesadas cargas deimpostos que em vez de tocar a economia para a frente esgota os parcos recursosque as empresas têm para fazer face a um ou dois meses mais fracos e cujo areceita não consegue superar a despesa. Este é o Portugal em que vivemos.

Nãopodemos andar a eleger republicanos travestidos de democratas, cujo o únicoobjectivo é apenas e só assegurar o futuro pessoal, dos seus familiares, amigose militantes do partido. Quanto nos custa um presidente da República? Quantos aindatemos entre nós que têm direito a casa, carro, secretária, motorista, telefonee alguns, ainda, uma fundação, porque fica bem na fotografia ter algo que osligue a uma obra de solidariedade. Solidariedade que paga com o dinheiro dosnosso impostos.

Meuscaros amigos monárquicos, temos de erradicar de vez estes parasitas, eles construíram de uma sociedade que está cada vez mais apodrecida e fétida, governadade uma maneira muito absolutista e tendo em vista apenas e só os benefíciospessoais de quem se esgota na popularidade para se servir desta nova literaciaacadémica com que enganam o povo. Isto é que tem de ser dito. Isto é que deviaser a verdadeira preocupação do povo.

Infelizmente enchem-nos os noticiários com futebol, telenovelas e “talk shows” e com istovão conseguindo enganar o povo, fazendo anedotas com o acessório e evitando osreais problemas. Estamos muito perto da falésia. Ela vai ruir a qualquermomento e o que vejo é uma descontracção preocupante de quem não tem consciênciado que diz e do que principalmente não faz. Políticos?! O Povo é que os sabeclassificar, mas infelizmente esquecem depressa o mal em que vivem.   

Quepolíticos são estes que castraram o nosso Portugal, quando em nome da força eda importância colectiva, aderiram á Europa. Desprezaram, venderam a nossa identidade e anularam o nossoescudo, que era a recompensa do nosso trabalho. Que políticos são estes quefazem as leis do Estado e que em vez de sensibilizar e acarinhar ostrabalhadores e empresários os reprimem e penalizam com leis que dificultam oempreendedorismo e a criação de novas empresas e consequentemente novos postosde trabalho! Que estado é este que em vez de seleccionar e admitir técnicoscapazes e de qualidade, com provas dadas, tem optado, nas admissões, pelacapacidade popular, isto é pela famosa cunha.

Querepública é esta que se diz democrática e onde os políticos são obrigados àdisciplina de voto. Que democracia é esta em que vivemos que privilegia apenasmetade dos portugueses? Que presidentes são estes apoiados por partidos que fragmentam a sociedade? 

Que políticos são estes que imprimem aos agentesfiscalizadores metas e objectivos, trocando assim a sensibilização pelarepressão feroz de quem precisa de atingir a todo custo metas e objectivos demaneira a facturar valores para os gastos de grandes mordomias politicas. Sãopolíticos e políticas que privilegiam a estatística em detrimento do nosso povoe da nossa gente. Quem são estes novos políticos que nasceram desajeitados paraa vida e agora se transformaram em oportunistas de ocasião, sobrevivendo àcusta de autênticas espirais de silêncio.

Quemforam e são estes políticos que venderam Portugal à Europa, a troco de famapessoal. Uma adesão que castra Portugal ao impor cotas de produção e mercado,quando a nossa riqueza – a de toda gente – vem da terra e do mar.

Quemtrocou o nosso escudo, divisa do nosso país, orgulho deste povo que se soubesempre impor e que agora se viu obrigado a “europaízar” por via destespolíticos sem brasão.    

Dançarinosda ilusão não respeitam processos de desenvolvimento dos povos confundindo, porvezes, liberdade com libertinagem, cultura com ideologia, democracia comlobbies. O globalismo e a precária situação nacional, em que se precisa demenos estado, menos burocracia e menos impostos, questionam os orçamentos doestado e constituem uma incógnita na tentativa de manter o equilíbrio e a pazsocial. A economia social de mercado - o modelo europeu - é cada vez maisquestionado atendendo às consequências dum liberalismo económico feroz semrespeito por Estados nem pelas necessidades humanas mais legítimas ao tenderfugir à responsabilidade colectiva.

Osprincípios básicos foram aceleradamente transformados em bem-feitorias quefavorecem “os” singulares em detrimento do bem colectivo. Esqueceram-se osvalores que nos deram a identidade e a coluna vertebral que nos permite olharem frente sem reservas de escândalos, já não temos crédito nas palavras quedizemos, nesta selva de betão é o salve-se quem puder.

Este não é um combate gratuito, despidode razões e sem causas reais. Bem pelo contrário. Eu acredito na Monarquia,porque um Rei é a génese da nossa identidade. Um Rei não tem partidos nem seassocia a causas políticas, porque um Rei é o filho legítimo da nação. Um Rei éde todos e para todos. Um Rei é motivo principal de aproximação dos povos, é adefesa de uma nação, é digno e legal representante de todos os portugueses.Lembrem-se que os primeiros palmos de terra foram dados a um Rei. Muitos anosdepois os filhos quiseram as partilhas e descambaram para a ilusão de quem nãoestava preparado para governar uma causa. Não conheço referências dosrepublicanos, mas tenho ouvido grandes elogios a um homem que mesmo sem estarno poder tem feito grandes obras e defendido grandes causas. Pedia desde já umagrande salva de palmas para SAR Senhor D. Duarte, não só pela pessoa que é, mas também pelas causas que tem defendido e conseguido ao longo da sua existência.   
         
Permitam-me apenas concluir com a ideiade que vamos sair daqui mais fortes e mais poderosos. Temos de acreditar firmemente nas nossas convicções, valores e princípios. Se acreditarmos colectivamentevamos conseguir. O momento não é de divisões e muito muito menos de guerrasentre nós. Todos juntos somos poucos, porque eles andam a enganar osportugueses. Convém-lhes facilitar este tipo de enganos. Muitos são osportugueses que ainda trocam regimes com estados políticos. É preciso dizer-lhes que uma coisa é a república e a monarquia, outra coisa é oparlamento, onde se debatem os partidos políticos. Quem é monárquico pode edeve escolher o partido político que quiser, mas jamais será republicano, filhode um bastardo eleito de 5 em 5 anos.
         
Contem comigo para nos batermos por estacausa.
        
Viva o Rei !
Viva Portugal ! 

(*) Mensagem proferida pelo nosso associado espinhense José António Moreira, Professor e Jornalista, no passado dia 10 de Dezembro em Sangalhos (Anadia).

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