Como todo o país, tomou o Instituto da Democracia Portuguesa (IDP) conhecimento que, na visita do Presidente da República Portuguesa à República Checa, o presidente Vaklav Klaus, em declarações públicas, acrescentou o insulto ao nosso país à injúria de quem interfere nas questões internas de outro país.
Considera o IDP tais declarações uma afronta ao nosso País, contra todas as normas das relações internacionais e uma total falta de respeito ao nosso Presidente, convidado oficial. Mais estranha o IDP que nenhuma força política portuguesa tenha reagido até ao momento a tais declarações ofensivas à Nação.
Recorda o IDP que nos habituámos a respeitar um Presidente da Checoslováquia, chamado Vaclav Havel, um dos primeiros signatários da “Carta 77” que agrupava pessoas unidas pela vontade de lutar pelo respeito dos direitos cívicos e humanos, no seu país e em todo o mundo, conforme a Declaração Universal dos Direitos Humanos. Foi a "Carta 77" que criou a atitude que permitiu à então República Checo-eslovaca aderir à Europa.
O Presidente Vaclav Klaus não pertence a essa herança. Foi entre 1971 e 1986 um funcionário do Banco Central da República Popular Checoslovaca. Advogou, depois, posições ultra liberais em economia, como ontem fez questão de lembrar, proclamando-se contra o keynesianismo e defendendo um bizarro anti-europeísmo num país que não tem como não ser senão europeu.
Portugal tem direito ao bom nome e para despertar as suas energias deve compreender que o enfrentamento da actual crise não começa pela adopção de uma determinada doutrina económica mas sim por exigir respeito pelas pessoas e as nações. Nesse sentido, o insulto do presidente checo serve como alerta para as nossas prioridades como país independente.
IDP, Lisboa, 16 de Abril de 2010
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