terça-feira, 6 de dezembro de 2011

NEO-LIBERALISMO: A PROMISCUIDADE ENTRE A FINANÇA E POLÍTICA

Sob a capa de um republicanismo conservador e oligárquico, as elites que rondam esse sistema, através da manipulação de todas as estruturas financeiras, procuram o retrocesso ao liberalismo do século XIX, ou seja, a ordem burguesa.

A diferença entre o neo-liberalismo e a democracia é esta: O neo- liberalismo categoriza o indivíduo consoante os seus rendimentos e estatuto. Ou seja, consoante um nível de rendimento e estatuto, assim, o indivíduo vê salvaguardado os seus direitos públicos.

A democracia garante a igualdade do indivíduo perante a lei, sem quaisquer tipo de restrições.

Foi essa democracia que permitiu as inovações dos século  XX (a monarquia do tempo de D. Carlos estava a ter progressos nessa matéria até 1910) como o aumento do nível das populações, o aumento da escolaridade dos indivíduos e a generalização da informação.

Só que essas conquistas são incompatíveis com a ganância de uma elite que no seu desejo de domínio e de preservação do status quo, teme a concorrência, ou seja, a ascensão social. Então expliquem porque é que a economia preconiza o empregado como um custo e não como um valor humano, quando cumpre bem as suas tarefas?

E o crédito? Expliquem-me porque há a diabolização do crédito?

Para umas certas elites políticas e financeiras, a democracia é um entrave à realização de lucros astronómicos e a perpetuação do poder entre castas. Havendo mais pessoas a adquirirem competências e conforto material, a condicionante para ascender a altos cargos é única e exclusivamente pelas suas qualidades.

A sujeição da política aos mercados não é senão uma forma de manipulação. Sob a ameaça que “a crise financeira é melhor que uma guerra mundial” os políticos auto-condicionam as suas decisões, consoante aquilo que certos investidores decidem, desculpando-se com as consequências de uma economia global.

Quem é que domina actualmente os mercados? Os grandes investidores! Quem é que financia os partidos políticos? Os grandes investidores. O que é que eles querem? Lucro!

E o que é que atrapalha a obtenção desses lucros? O bem comum!

Esta promiscuidade entre a política e a finança só serve para a perpetuação de uma elite. O neo-liberalismo não é senão o mundo para uns poucos. E a consequência é o aumento da miséria de muitos. E com isso generaliza-se a prática da corrupção. Logo tem que haver coragem política para a criação de legislação para domesticar os mercados financeiros para acabar com estes abusos… Por isso é que prefiro as monarquias, que têm Chefes de Estado imparciais e que alertam sempre para situações que prejudicam quem eles foram educados para defender: o Povo! 

Daniel Nunes Mateus

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