quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

ÉTICA REPUBLICANA OU CHAMAR O REI? (I)

Contrariando o que seria naturalmente sensato, as politicas que supostamente visam salvar Portugal (e a Europa) da crise, vêem somente números e nunca pessoas que, sendo humanas, têm necessidades (por mais básicas que sejam).

Parece que agora surgiu a ideia de colocar os trabalhadores portugueses a trabalhar mais 30 minutos por dia para ajudar à recuperação nacional! Será possível que haja alguém, com os pés minimamente assentes na terra, que acredite que isto vai resultar? Uma regra fundamental das sociedades desenvolvidas diz que todo o ser humano tem o direito ao descanso! Mais que ter direito, tem absoluta necessidade de descansar para viver! Se ao fim das agora 8 horas diárias de trabalho, os trabalhadores já se encontram cansados e com o rendimento a diminuir mais cansado estará e mais baixo será o rendimento no trabalho com os 30 minutos extra. É do mais elementar conhecimento que o cansaço excessivo leva à diminuição dos reflexos que tem como consequência o potencial aumento do número de acidentes. Por algum motivo existem campanhas rodoviárias (só a título de exemplo) a alertarem para não conduzir demasiado cansado. Uma pessoa nessas circunstâncias coloca em risco não só a sua integridade mas a de todos os que a rodeiam! Será que aqueles que acalentam esta ideia dos 30 minutos extra não conseguem entender isto e preferem continuar a ver unicamente números?

E aqueles trabalhadores (a maioria possivelmente) que têm compromissos familiares como ir buscar os filhos à escola? Não entenderão os nossos governantes que com medidas destas estão a destruir as famílias e, consequentemente, toda uma sociedade, todo um povo?

Afinal foram eleitos por quem? Afinal estão a governar para quem? E o mais ‘engraçado’ é que as diversas forças politicas se atacam e contra-atacam tentando atribuir as culpas (no já tradicional jogo do empurra) às forças contrárias! Esquecem-se, contudo, que o Povo Português sabe que todas elas são culpadas pela situação a que Portugal chegou. Na prática verifica-se que não existe ninguém que defenda verdadeiramente Portugal e os Portugueses. Quanta falta faz um REI que por estar fora do jogo dos partidos nada lhes deve e, por isso, tem a sua independência assegurada. Sim, um REI, Chefe de Estado verdadeiramente independente que, por isso, é capaz de defender, de facto, a população (que tanta necessidade tem de um protector)!

(continua …)

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