quarta-feira, 7 de dezembro de 2011

HOMENAGEM A RIBEIRO TELLES - OPINIÃO DE ARTUR DE OLIVEIRA

Ontem estive na homenagem feita ao Arquitecto Gonçalo Ribeiro Telles, homem de elevada erudição e referência para os monárquicos democratas. Figura transversal, admirada por pessoas de todos os quadrantes políticos, o ilustre monárquico foi alvo de uma merecida homenagem na Fundação Calouste Gulbenkian e  testemunhei, com grande alegria, á intervenção de SAR, o Senhor D. Duarte, que criticou, com a sua serenidade e elegância habituais, o facto de alguns dos ilustres convidados do regime terem tecido enormes elogios ao Arquitecto, “apesar de ser monárquico”. Perante uma audiência que o escutava, em silêncio, SAR recordou que as democracias mais prósperas da Europa são monarquias e que a essência da filosofia política e ambientalista de Ribeiro Telles, profundamente enraizada nos ideais monárquicos, sempre pugnou pelo amor à Pátria e ao seu território e morfologia, algo que, na conjuntura actual, em meio a uma grave crise fruto de políticas erradas, podia ser benéfico, no sentido de que se podia evitar uma austeridade demasiado rigorosa, com um melhor conhecimento, gestão e ordenamento do território, que permitisse levar a cabo políticas económicas de espírito mais cooperativo, solidário e empreendedor.

A encerrar o evento, o discurso do ex-presidente, e arreigado republicano, Mário Soares. Esperei por um discurso que desse ênfase à diferença de bandeira entre ambos, mas o que foi dito ficou-se por uma referência breve, quando Soares referiu que ambos lutaram contra o salazarismo, em prol da democracia, apesar de um ter sido educado numa família monárquica e o outro numa família republicana. Foi até referido o contributo dos monárquicos da segunda fase do Integralismo Lusitano na luta contra a ditadura. O que lamento é que estas declarações não tenham surgido nos Media (porque será?), mas aqui ficam as minhas impressões.

Artur de Oliveira

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