S.A.R. o Duque de Bragança e Nuno Miguel, João Diogo e Filipa Camila Castelo Branco Vasconcelos Faria
O Tratado de Aliança celebrado entre os Reis D. Manuel I e Ramatibodhi II do Sião, foi hoje comemorado com uma grandiosa exposição na Biblioteca Nacional. Em representação do Portugal eterno esteve Sua Alteza Real o Senhor D. Duarte de Bragança, descendente do Venturoso. Também marcou presença o último Governador-Geral do Império, o General Rocha Vieira. Inúmeras entidades ligadas à cultura participaram no evento, embora o grande ausente tenha sido o Estado português. Do Sr. Secretário de Estado Viegas, não se vislumbrou nem um pelo da mosaica barbicha, tão ocupado deve andar com celestes problemas, decerto muito mais relevantes do que o reconhecimento do primeiro Tratado de estabelecimento de relações diplomáticas entre uma potência europeia e um reino asiático. Coisa de somenos importância, levando o governo a faltar quando não pode, nem deve fazê-lo.
Uma primeira edição de Os Lusíadas entre outros livros preciosos, documentação diplomática, selos de validação siameses, o Tratado de Amizade e Comércio entre Portugal e o Sião (1859), fotografias inéditas, um esplendoroso uniforme do Embaixador Melo Gouveia, fotografias raras e os originais de todos os Tratados celebrados nos séculos XIX e XX, entre muitos outros exemplos de um espólio sem igual, tornam esta exposição obrigatória. O catálogo organizado por António Vasconcelos Saldanha e Miguel Castelo Branco, é a maior reunião jamais feita de documentos e manuscritos cartográficos. Esta exposição seria impossível de organizar por qualquer outra potência europeia, numa relação antiga entre Estados que o Embaixador da Tailândia fez questão em sublinhar. Ao público foi também servida uma mostra da culinária tailandesa e o evento contou ainda com danças tradicionais daquele país.
Miguel Castelo Branco, Vítor Vladimiro Ferreira e António Vasconcelos Saldanha
O Director Geral da Biblioteca Nacional de Lisboa, o Prof. Dr. Pedro Dias, é indiscutivelmente uma das grandes autoridades em História Portuguesa no Mundo. Hoje, mais que qualquer outra entidade do Estado a que chegámos, a BNL dignificou o país.
S.A.R. o Duque de Bragança, Pedro Quartin Graça e Nuno Castelo Branco
publicado por Nuno Castelo-Branco em Estado Sentido
O Dr. Cavaco Silva deve andar muito ocupado com os incontornáveis assuntos das curvas de défice, acções na bolsa, tricas para a próxima cimeira do fim de semana e outros assuntos que envolvem números. Por acaso, este número 500 que agora se evoca, passa completamente ao lado do republicano regime que é a negação da História deste país. Na comemoração do V Centenário do estabelecimento de relações diplomáticas entre Portugal e a Tailândia, não se viu vivalma de Belém ou de S. Bento na Biblioteca Nacional. Da Secretaria de Estado da Cultura, afundada em "ralações insuperáveis", nem sequer um "chófer" despejou um longínquo representante governamental.
Antes assim, pois na BNL esteve quem devia. Em primeiro lugar, o sucessor de D. Manuel I, o Rei que com Ramatibothi II do Sião, assinou esta nossa outra "velha aliança" que já tem meio milénio. O Duque de Bragança compareceu e plenamente representou o Estado que já fomos. As regimentais carcaças esfomeadas pela manjedoura faltaram, mas os interessados que se deslocaram à BNL, puderam contar com a afabilidade daquele a quem já se acostumaram a chamar de Rei.
Em boa verdade, há que referir o nome do general Rocha Vieira, o derradeiro governador-geral do nosso já extinto império e como sempre, fez-se o pleno quanto a entidades culturais e fundações privadas - daquelas que não beneficiam de dinheiros públicos -, académicos e interessados na preservação daquilo que Portugal ainda é. Apesar de tudo, restou aquilo que importa: a dignidade.
S.A.R., Dom Duarte de Bragança e os dois irmãos Nuno e Miguel Castelo-Branco
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