sábado, 7 de agosto de 2010

VIVA A REPÚBLICA!

Todos já perceberam perfeitamente, a razão pela qual a República é comemorada sob a única e exclusiva capa da sua numeral primeira, aquela que nasceu de uma pilha de ilegalidades, brutal prepotência, assassínio à rédea solta e outras inenarráveis vergonhas. É por isso mesmo que a comemoram, nela se encontrando aquele esteio fundamental que irmana gerações passadas a outras ainda bastante activas. Este texto de Nuno Rezende, transporta-nos, tal como máquina do tempo, para uma bem conhecida realidade.

"Claro está que no meio de governos maioritários, ditatoriais e não fiscalizados, no meio do clima de terror que Afonso Costa ajudara a criar e mantinha para sua segurança e a da própria República, os roubos não só eram frequentes, como absolutamente seguros (prova-o a “habilidade” de Alves dos Reis, em 1925). Nenhuma investigação sendo efectivamente aberta levaria a alguma condenação. Não deixa de ser curioso que as despesas e os roubos que os republicanos faziam questão de apontar antes de 1910 tornaram-se frequentíssimos durante os loucos anos da I República: armamento, fardas militares, promiscuidades várias com empresas estrangeiras, etc, etc.

Através da figura de Afonso Costa é fácil entender as actuais comemorações do Centenário e como, a meio deste ano de 2010, os seus mandatários resolveram assumir a celebração dos primeiros anos da República, evitando assim o Estado Novo e, na 3.ª República, fugir à inevitável glorificação de uma certa “oposição” não socialista. É que a Primeira República, intolerante e exclusiva como hoje alguns dos seus admiradores, é a melhor e talvez a única maneira de regressar às raízes e à autenticidade da República Portuguesa tal qual ela foi gizada."

No Centenário da República
(Fonte: Blogue "Estado Sentido")

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