Filho natural de D. Pedro I e da dama galega Teresa Lourenço, D. João nasceu em Lisboa, a 11 de Abril de 1357. D. Pedro confia a sua educação aos cuidados do avô materno e, mais tarde, a Nuno Freire de Andrade, mestre da Ordem de Cristo.
Com apenas 6 anos é-lhe entregue pelo pai, a pedido do mestre da Ordem de Cristo, o mestrado de Avis, que entretanto tinha vagado. Sendo o responsável por uma das ordens mais importantes do país, D. João toma parte em várias negociações levadas a efeito pelo Rei D. Fernando, que sucedera a seu pai em 1367. Leonor Teles, vendo nele um perigo para a sua hegemonia junto do Rei D. Fernando, tenta em vão livrar-se dele, tramando a sua condenação à morte. Em 1382, por instigação de Leonor Teles, é preso e encerrado no Castelo de Évora; apela ao Conde de Cambridge, que exerce a sua influência junto do Rei D. Fernando I, e é libertado.
Em 1383 morre D. Fernando, seu meio-irmão, e inicia-se a crise que dura até 1385. A Rainha D. Leonor assume o seu papel de regente, tal como estava estipulado no testamento do monarca defunto. Na corte a intriga impera, liderada pela regente e pelo seu amigo, o Conde João Fernandes Andeiro, que ficou com espaço livre, o que desagrada a um grande grupo de nobres, entre os quais se inclui D. João. Aceita um plano de Álvaro Pais (antigo chanceler-mor do Rei D. Pedro e depois do Rei D. Fernando) para eliminar o Andeiro e cumpre-o, a 6 de Dezembro de 1383, no Paço Real do Limoeiro, em Lisboa.
A 6 de Outubro de 1384, D. João é feito «defensor e regedor do Reino».
As cortes haviam reunido em Coimbra, em Abril de 1385, elegendo-o Rei e é aclamado logo a seguir.
Entretanto as duras batalhas que se travavam por todo o país, estavam a ser favoráveis aos Portugueses e a Batalha de Aljubarrota, a 14 de Agosto de 1385, em que uma vitória decisiva, com a preciosa ajuda de D. Nuno Álvares Pereira, nomeado Condestável do Reino, comprometeu definitivamente as pretensões de Castela ao trono de Portugal.
A 9 de Maio de 1386, firma o Tratado de Windsor, com Ricardo II de Inglaterra. A 2 de Fevereiro de 1387 casa com D. Filipa de Lencastre, neta de Eduardo III de Inglaterra, e no mesmo ano invade Castela para apoiar o Duque de Lencastre, seu sogro, na pretensão ao trono. A educação esmerada da dama inglesa, influiu fortemente na educação dos filhos, aos quais foi dado o nome de «Ínclita Geração».
Em 1388, ordena a construção do Mosteiro de Santa Maria da Vitória, mais conhecido por Mosteiro da Batalha, em cumprimento de uma promessa aquando da Batalha de Aljubarrota.
Em 1401 casa o seu filho natural, D. Afonso, futuro 1º Duque de Bragança, com a filha de D. Nuno Álvares Pereira.
Por volta de 1410-11, D. João chama ao governo do Reino o seu sucessor, D. Duarte. Em conjunto com o seu filho, prepara exaustivamente um plano expansionista, tendo como primeiro objectivo a tomada das principais cidades do Norte de África.
Acompanhado pelos filhos, D. João, com quase 60 anos, parte para o Norte de África, em 1415, à conquista de Ceuta, iniciando deste modo a expansão ultramarina portuguesa, e é nesta cidade que arma os seus filhos cavaleiros.
Em 1422 decreta a adopção da era de Cristo em vez da de César.
Considerado por alguns como um dos mais cultos Reis medievais, escreveu o Livro da Montaria, que é uma das mais valiosas obras literárias do séc. XV.
Já velho, faz grandes doações a instituições religiosas, como que preparando-se para a morte, que veio a dar-se em Lisboa, a 14 de Agosto de 1433. É com D. João I que se inicia a expansão portuguesa. Jaz no Mosteiro da Batalha.
(Fonte: Reis e Rainhas de Portugal )
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