Submersão da Linha do Tua
Vergonha!....Vergonha!....Vergonha!....mais um atentado à democracia, ao património histórico, cultural, de biodiversidade/ambiental e ECONÓMICO de Portugal!....estou revoltado e horrorizado com isto! Basta desta ditadura económica primária...de lucros imediatos apenas para alguns enquanto o interesse público é vilipendiado. Com a argumentação das energias renováveis!... mas o que se perde mesmo em termos de recursos primários de energia? Com o investimento a fazer quantos projectos locais se podiam viabilizar? …e quantos empregos? ...e o famoso desenvolvimento sustentável na região?...Com isto se promove um país a várias velocidades, concentra-se riqueza nas EDPs/Lisboa, onde se pagam chorudos prémios apenas a "uns" e fomenta-se a pobreza local, o isolamento espacial e pessoal, hipoteca-se futuro...pergunto-me se estes políticos alguma vez leram "O Nosso Futuro Comum", de Bruntland, o Relatório de Stern...continuam a apostar naquilo que é a evidência do erro e no caminho da catástrofe social e económica onde nos encontramos e que a mediocridade dos nossos lideres insistem em nos transportarem. É altura de dizer: BASTA!...
Adam Smith dizia: ”Decerto que nenhuma sociedade pode ser próspera e feliz quando a maioria dos seus membros é pobre e miserável”….Portugal é dos países do mundo com maior desigualdade de rendimentos, em que o fosso entre ricos e pobres é maior. Isto acontece não porque “é assim porque é assim”…é assim porque tivemos e temos maus políticos e é a consequência das desastrosas políticas…que para vergonha da “democracia” vem a piorar nos últimos anos…o Tua é apenas mais uma pecinha do puzzle da inconsciência.
A CP não é viável economicamente… mas como internalizam os custos sociais e económicos da ausência de transporte ferroviário no interior, para não dizer genericamente no país?... na ausência deste transporte, quanto aumentam as nossas dependências externas de energia (com o preço do petróleo a aumentar)? … e o aumento de emissões de CO2e? …todo os entendidos sabem que em termos terrestre é o transporte ferroviário que tem menor custo por tonelada transportada e ambientalmente mais “friendly”, pois em contraponto temos a cultura do automóvel e da rodovia. É importante ligar Poceirão a Caia, com um custo de 2,5 mil milhões de euros!!!! (porque Lisboa – Madrid é uma utopia nos próximos 10 anos) e é desprezável ligar Beja a Lisboa???!!!... ou será que é importante desmantelar linhas (como o famoso Metro do Mondego) para promover as sucateiras com o levantamento de quilómetros de carris?... Ou o modelo ferroviário para Portugal passa por imitar o horror que foi a privatização da British Rail (a diferença é que esta foi nos anos 80 e nós não aprendemos nada mais de 20 anos depois)… porque não o modelo da NS holandesa, país à nossa escala?...simples, não se criavam não sei quantos tachos com não sei quantas empresas (REFER, CP, EMEF…e mais não sei quantas), não se criavam os esquemas como o que tornaram a Modernização da Linha do Norte num desastre económico nacional. A Linha do Tua como outras fecham, porque economicamente não são justificáveis, com base em que modelo? Na aritmética de merceeiro em que basta subtrair as receitas de bilheteira aos custos da produção de transporte e manutenção da infra-estrutura? ….que primatas!...
Quanto às energias renováveis. Quantas centrais de biomassa, do concurso público lançado em Janeiro de 2006, já estão a produzir energia ou em vias disso? Porquê o acesso aos pontos de ligação à rede é tão difícil, actualmente impossível sem concursos públicos? Apenas alguns (os mesmos de sempre) conseguem romper a muralha da incomunicabilidade e ditatorial da DGEG. Por exemplo, durante 8 anos estive à frente um projecto na área das energias renováveis é praticamente impossível comunicar com este organismo…parece uma herança do Estado Novo nos nossos dias. Ao contrário em 2 anos reuni-me 3 vezes com o Director Geral do ICAEN (instituto equivalente na Catalunha), onde as regras são claras para todos. Em Portugal a lei dava 2 anos (com a possibilidade de mais um) para a construção da infra-estrutura após a entrega do ponto, quantas foram retiradas? Empresas havia que tinham (talvez ainda tenham) inúmeros pontos em “stand by”…porquê? Quando o mercado não pode dar respostas às políticas das renováveis, criam-se “barreiras e manipulações” para justificar as barragens acompanhadas de discursos e de propaganda. Porquê a produção de energia não pode ser democratizada?... estrategicamente e em termos de segurança nacional a EDP é fundamental, bom argumento….mas quem são os accionistas dela?...quem sabe se fundos de interesses contrários aos interesses públicos nacionais.
Realmente, tão belo país entregue a tão feia gente!...
PS - Sou daqueles que já não acredita no modelo do sec. XIX de Esquerda vs Direita, não sou um fundamentalista ambiental. Sou daqueles que acredita nos projectos locais com pensamento global (Agenda Local XXI: Agir Localmente, Pensar Globalmente) para a distribuição da riqueza e qualidade de vida dos cidadãos.
Adam Smith dizia: ”Decerto que nenhuma sociedade pode ser próspera e feliz quando a maioria dos seus membros é pobre e miserável”….Portugal é dos países do mundo com maior desigualdade de rendimentos, em que o fosso entre ricos e pobres é maior. Isto acontece não porque “é assim porque é assim”…é assim porque tivemos e temos maus políticos e é a consequência das desastrosas políticas…que para vergonha da “democracia” vem a piorar nos últimos anos…o Tua é apenas mais uma pecinha do puzzle da inconsciência.
A CP não é viável economicamente… mas como internalizam os custos sociais e económicos da ausência de transporte ferroviário no interior, para não dizer genericamente no país?... na ausência deste transporte, quanto aumentam as nossas dependências externas de energia (com o preço do petróleo a aumentar)? … e o aumento de emissões de CO2e? …todo os entendidos sabem que em termos terrestre é o transporte ferroviário que tem menor custo por tonelada transportada e ambientalmente mais “friendly”, pois em contraponto temos a cultura do automóvel e da rodovia. É importante ligar Poceirão a Caia, com um custo de 2,5 mil milhões de euros!!!! (porque Lisboa – Madrid é uma utopia nos próximos 10 anos) e é desprezável ligar Beja a Lisboa???!!!... ou será que é importante desmantelar linhas (como o famoso Metro do Mondego) para promover as sucateiras com o levantamento de quilómetros de carris?... Ou o modelo ferroviário para Portugal passa por imitar o horror que foi a privatização da British Rail (a diferença é que esta foi nos anos 80 e nós não aprendemos nada mais de 20 anos depois)… porque não o modelo da NS holandesa, país à nossa escala?...simples, não se criavam não sei quantos tachos com não sei quantas empresas (REFER, CP, EMEF…e mais não sei quantas), não se criavam os esquemas como o que tornaram a Modernização da Linha do Norte num desastre económico nacional. A Linha do Tua como outras fecham, porque economicamente não são justificáveis, com base em que modelo? Na aritmética de merceeiro em que basta subtrair as receitas de bilheteira aos custos da produção de transporte e manutenção da infra-estrutura? ….que primatas!...
Quanto às energias renováveis. Quantas centrais de biomassa, do concurso público lançado em Janeiro de 2006, já estão a produzir energia ou em vias disso? Porquê o acesso aos pontos de ligação à rede é tão difícil, actualmente impossível sem concursos públicos? Apenas alguns (os mesmos de sempre) conseguem romper a muralha da incomunicabilidade e ditatorial da DGEG. Por exemplo, durante 8 anos estive à frente um projecto na área das energias renováveis é praticamente impossível comunicar com este organismo…parece uma herança do Estado Novo nos nossos dias. Ao contrário em 2 anos reuni-me 3 vezes com o Director Geral do ICAEN (instituto equivalente na Catalunha), onde as regras são claras para todos. Em Portugal a lei dava 2 anos (com a possibilidade de mais um) para a construção da infra-estrutura após a entrega do ponto, quantas foram retiradas? Empresas havia que tinham (talvez ainda tenham) inúmeros pontos em “stand by”…porquê? Quando o mercado não pode dar respostas às políticas das renováveis, criam-se “barreiras e manipulações” para justificar as barragens acompanhadas de discursos e de propaganda. Porquê a produção de energia não pode ser democratizada?... estrategicamente e em termos de segurança nacional a EDP é fundamental, bom argumento….mas quem são os accionistas dela?...quem sabe se fundos de interesses contrários aos interesses públicos nacionais.
Realmente, tão belo país entregue a tão feia gente!...
PS - Sou daqueles que já não acredita no modelo do sec. XIX de Esquerda vs Direita, não sou um fundamentalista ambiental. Sou daqueles que acredita nos projectos locais com pensamento global (Agenda Local XXI: Agir Localmente, Pensar Globalmente) para a distribuição da riqueza e qualidade de vida dos cidadãos.
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