Meio milhão gasto sem concurso público. Comissão de Comemoração do Centenário da República não tem dinheiro até ao fim do ano para as novas ideias, Criadores e Editores estão irados.
Já nada sobra dos 10 milhões de euros que Portugal entregou à Comissão do Centenário da República. O dinheiro orçamentado para 2010 acabou-se, estando completamente esgotado o programa de actividades. Criadores, autores e editores que têm, desde Março, apresentado propostas e projectos à Comissão recebem cartas muito educadas da Comissão, dizendo que, apesar "do mérito" da iniciativa, ela não será apoiada. Casos há, sabe O Diabo, em que nem sequer a chancela da Comissão é dada às propostas - que assim poderiam ir buscar mais dinheiro a privados, uma vez que eram reconhecidos por organismos oficiais.
Fernando Ribeiro da Comissão da República, explica do Diabo o que se passa : "Não há cabimento para mais nenhuma iniciativa nova este ano. O programa está fechado e o orçamento que foi aprovado está a aplicar-se". Isto é : o dinheiro está gasto ou entregue ao programa que já está em marcha. Novas iniciativas, até ao aniversário, nem pensar. Prossegue Fernando Ribeiro : "O que pode ainda vir a ser elaborado é com o orçamento de 2011, uma vez que a Comissão segue o seu trabalho até meados do ano que vem". A porta-voz da Comissão recusa-se, no entanto, a diz que já não há dinheiro. "Não podemos colocar a questão assim. O programa e as iniciativas têm verbas atribuídas e é nessas que está a ser empregue o orçamento".
As críticas à Comissão de Comemoração da República não são novas. Os ajustes directos que a instituição totalmente pública fez, principalmente em ano da crise, deram aso a críticas cerradas. A entrega de 189 mil euros sem concurso ao designer Henrique Cayatte e o pagamento à João Lagos Sport - Gestão de Eventos, S.A. de 200 mil euros sem concurso fizeram chover comentários de que a Comissão não procurava os preços mais baixos.
Ao todo a Comissão já gastou mais de meio milhão de euros sem qualquer concurso público. Por vezes em obras que custam 67 mil euros e são, descreve o portal "Base", "esculturas efémeras". Isto é, esculturas que não perduram, apenas estão e acabam por desaparecer quando a exposição for desmontada.
Recentemente , instado a comentar o orçamento, D.Duarte de Bragança, comentou os gastos com a festa do regime : "Não percebo como o País inteiro aceita impávido e sereno que 10 milhões de euros sejam gastos sem concursos, de uma maneira puramente arbitrária, não se sabe bem em quê. É um absurdo espantoso, não faz sentido". O movimento monárquico tem sido aquele que mais critica os gastos da Comissão.
No entanto, uma breve visita à página de Internet das celebrações denota que, de Junho até Outubro, existem centenas de iniciativas - maioria estáticas, como exposições, que ocupam calendário. Além de um programa mais intelectualizado, a Comissão virou-se ainda para as escolas, onde decorrem concursos e jogos "republicanos" até ao final do ano lectivo.
Mas a Comissão tem ainda dado para outras guerras. As pessoas, por exempl. Vasco Gonçalves exige : "Houve uma comissão, que foi constituída antes da comissão executiva, para conceber as comemorações do centenário da república, que teve uma pecha terrível : não tinha lá um militar de Abril representado, a Associação 25 de Abril não esteve lá representada". O Comissário Sasfield Cabral disse-lhe que, afinal, isso era a II República, não aquela que se comemorava ...
(Fonte: Blogue "Causa Monárquica")
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