Nestes tempos conturbados da política nacional em que o despotismo partidário coloca de lado os interesses supremos da nação e, a cima de tudo, de nós - Portugueses, o papel do Presidente da República é posto à prova pelo próprio sistema.
A fragilidade da posição ocupada pelo Chefe de Estado fica à vista de todos nós, chovem críticas de todos os sectores políticos mediante as posições que assume e as decisões que toma. Levanta-se uma vez mais a questão da imparcialidade e da arbitrariedade do mesmo. Não houve até à data nenhum Presidente da República que não fosse eleito por um partido, e por mais que se tente personalizar esta eleição a parcialidade da figura eleita é inevitável e consequente à sua facção política.
Da esquerda à direita apresentam-se candidatos, que sem deverem ou poderem ter um programa político, apresentam-no! Há por parte dos participantes nesta "corrida" a Belém, um jogo que se baseia puramente em comparar a acção do actual Presidente com a que eles próprios teriam mediante a actual, ou as actuais situações.
É frequente ouvir-mos dizer que a figura do Presidente da República carece de grande participação política. O problema reside não na forma como essas funções foram pensadas, mas sim na pessoa que as desempenha. Partidarizar uma função que só de si deve ser independente é criar um verdadeiro paradoxo.
Portugal carece, acima de tudo, de estabilidade. O Rei comporta em si um factor de estabilidade e de imparcialidade intrínsecos à sua existência - o facto de não poder votar em eleições, a preparação que recebe para o exercício das suas funções e o cariz natural e humano com que as desempenha , em tudo contribuem para essa desejada estabilidade.
O sistema que nos governa hoje em dia em tudo se assemelha ao de uma Monarquia Constitucional e Parlamentar, a questão é que foi criado para uma chefia de estado que não a Republicana, mas sim a Real!
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