No dia 30 de Junho de 2001, tendo como cenário as festas de São Pedro, comemorou-se o Centenário da visita da Rainha Dona Amélia à Trafaria para, então, à frente da benemérita Assistência Nacional aos Tuberculosos, inaugurar uma Colónia Balnear para crianças tuberculosas. Volvidos cem anos, a Paróquia de São Pedro e a Junta de Freguesia da Trafaria convidaram SS.AA.RR., Os Duques de Bragança, na companhia do Príncipe Dom Afonso, da Infanta Dona Maria Francisca e do Infante Dom Diniz, para a comemoração desta efeméride na qualidade de Convidados de Honra. O convite foi extensivo à Direcção da Real Associação de Lisboa e seus convidados que na ocasião, acompanharam a Família Real, tendo toda a Comitiva sido transportada no barco "São Paulus" gentilmente cedido pela Transtejo, com partida da Estação Fluvial de Belém e chegada à Trafaria pelas dez horas daquele sábado estival.Tal como há cem anos a Rainha Dona Amélia e sua comitiva, ali chegaram a bordo do "Lisbonense".
Desta vez, à chegada à Trafaria, a Família Real e seus acompanhantes, foram recebidos pelos responsáveis da Organização destas comemorações, à frente da qual se destacavam o Presidente da Junta de Freguesia da Trafaria e outros responsáveis, como os Mordomos da Festa de São Pedro e dirigentes da Sociedade Musical Trafariense, o Senhor Padre Sérgio Alves Quelhas, Pároco da Igreja da Trafaria, com a colaboração do Seminarista João Luís Paixão e outras entidades locais, literalmente envolvidos num ambiente festivo e amplamente participado pela população local que, podemos afirmar, não deixou ninguém em casa. Impressionante, também, pelo rigor e organização manifestados, a presença muito numerosa de jovens do Agrupamento de Escuteiros 372 da Trafaria de alunos das Escolas Primárias Nº 1 e Nº 2 (Escola da Corvina), todos empunhando pequenas bandeiras reais ao som da excelente Fanfarra do Batalhão de Bombeiros Voluntários da Trafaria.Após o desembarque e sempre rodeados pela população da Trafaria, percorreu-se, a pé, em ambiente de muito calor humano e avidez de proximidade de SS.AA.RR., o trajecto até à Igreja de São Pedro, que foi pequena para acolher todos aqueles que quizeram assistir à missa celebrada pelo Senhor Padre Sérgio Quelhas, de Sufrágio pelas almas de Suas Majestades, El-Rei Dom Carlos e a Rainha Dona Amélia. Esta cerimónia religiosa foi de grande elevação e devoção que a todos sensibilizou, pelo que a Homilia com que o Senhor Padre Sérgio Quelhas a todos abraçou, por certo, perdurará no tempo e na memória das recordações gratas que se perpetuam para além do tempo, que é o nosso. A Duquesa de Bragança, Senhora Dona Isabel, depositou uma corôa de flores no altar de Nossa Senhora da Conceição, Padroeira de Portugal, gesto que sublinhou um momento de grande significado e devoção. Terminada a cerimónia religiosa, e sempre rodeados pela população entusiasmada e participativa, foram distribuídos muitos Boletins da Real Associação de Lisboa que, em muitos casos, serviram para recolha de assinaturas de SS.AA.RR., autografando-as carinhosamente para além de abundante distribuição de pequenas bandeiras e auto-colantes reais. Teve então lugar um Desfile Histórico, protagonizado por jovens das Escolas Primárias, alusivos à época, onde se destinguiam figuras representando as mais diversas profissões liberais, pescadores, banhistas, varinas, padeiros, vendedores, elementos da nobreza, o Rei, a Rainha, etc., enquadrados pela permanente animação e desempenho dos representantes do Agrupamento de Escuteiros 372 da Trafaria.
Num palco, situado no topo da rua onde se realizou o Desfile Histórico, SS.AA.RR., e os Organizadores deste magnífico evento, com os Mordomos da Festa de São Pedro, responsáveis da Sociedade Recreativa Musical Trafariense, na presença do Senhor Padre Sérgio Quelhas, trocaram ofertas, que vão prepetuar recordações, deste dia inesquecível passado na Trafaria. Depois do encerramento das comemorações, SS.AA.RR., almoçaram na Quinta da Nossa Senhora da Conceição (Trafaria), a convite da Família Quintela. O regresso a Lisboa de SS.AA.RR., e convidados, teve lugar pelas 15:30 horas, de novo a bordo do barco "São Paulus" da Transtejo. À chegada a Lisboa, em todos residia a sensação de que se vivera uma jornada monárquica muito relevante e a convicção de que se aproximam tempos de mudança. O povo da Trafaria, como em todo o Portugal, manifestou, inequívocamente, na sua tradicional sabedoria, o seu sentimento de natural afeição e proximidade à Família Real e o que ela representa, uma "Família Dinástica" que "tem o seu lugar distinto e insubstituivel". De facto - "Tem-no também, sem concorrência visível de nenhum outro órgão, como guardadora da integridade do carácter da grei na vigilância e precaução dos interesses futuros e, sobretudo, na criação, no planeamento e na prossecução dos grandes projectos nacionais".
Boletim "Real" da Real Associação de Lisboa, Nº 47/48 de Setembro de 2001
Boletim "Real" da Real Associação de Lisboa, Nº 47/48 de Setembro de 2001
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