sexta-feira, 8 de outubro de 2010

QUANDO ACORDAREMOS?

“(…) o restabelecimento da Monarquia, a que se chama contra-revolução, não será uma revolução ao contrário, mas o contrário da Revolução

Joseph de Maistre

1. Ao contrário do que aconteceu na fundação das três repúblicas que conhecemos, nós, os realistas democráticos, queremos uma transição para a Monarquia baseada num contrato, entre o povo e o soberano. Não queremos, não reivindicamos, não pretendemos a restauração através de um golpe de Estado (como aconteceu em 5 de Outubro, 28 de Maio e 25 de Abril). Queremos um progresso, um avanço para uma Monarquia Constitucional, baseada na Tradição democrática portuguesa. Queremos um regime mais respeitador dos princípios da Res Publica, ou seja, do que é público – do que é de todos (a corrupção e o tráfico de influências é, muito provavelmente, o maior indício da prostituição do poder político). Constatamos que o cidadão está cada vez mais alheado dos negócios públicos. A polis está submersa num denso nevoeiro, onde nem governados nem governantes percebem o rumo da Nação. Apercebemo-nos que os protagonistas políticos estão afogados em mentiras e contradições. E o cidadão sente-se cada vez mais impotente para alterar o status quo.

2. Precisamos de um poder Moderador que nos represente a todos e não apenas aos partidos. Alguém acredita que o Presidente é independente do sistema partidário? Não me parece! Até hoje – desde 74 – não se conhece nenhum Presidente eleito sem o apoio de um ou mais partidos (este apoio traduz-se numa nomeação: o partido escolhe o seu candidato).

3. O contrário da Revolução é o caminho legítimo para a consagração de um regime legítimo. Vivemos numa tensão entre o passado, presente e futuro. A memória, a vitalidade histórica (modo de adequação ao tempo presente) e a perspectiva de um futuro melhor, consubstanciada numa visão realista do que poderá acontecer, são os princípios orientadores do rumo a seguir. O leme tem de estar em nossas mãos!

p.s. Festejemos o verdadeiro 5 de Outubro, celebremos o Tratado de Zamora!!


Gonçalo Barrilaro Ruas (Setembro de 2010)

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