1 - Monarquia e socialismo democrático: é verdade que entre ambos não existe entendimento possivel?
R. - Os países onde os partidos social-democratas são os que têm mais profunda base eleitoral são os países monárquicos.
A questão não teria sentido posta a um norueguês, sueco ou dinamarquês.
Assim como não teria sentido posta a um inglês - Tony Blair é um monárquico - ou a um holandês. Ou a um belga... ou, ainda, a um luxemburguês ou a um espanhol. Quando Santiago Carrillo agradece ao seu Rei...
Na Europa, social-democracia e monarquia entendem-se bem... Muito bem até...
De resto, o Rei não descrimina os cidadãos por nenhuns motivos, principalmente por razões ideológicas...
Em Portugal, nos seus primórdios o Partido Socialista manteve-se alheio ao debate monarquia/república, que não considerava prioritário ou essencial.
2 - A Família Real é, no presente, uma mera referência do passado?
R. - Na vossa questão o essencial é a expressão "referência".
Diria ser a família real uma referência no passado, no presente e no futuro. Como poderá tal referência adquirir relevância no plano institucional é uma outra questão.
3 - Monarquia em Portugal: a questão está definitivamente encerrada?
R. Não existem "conquistas irreversíveis, nem questões "definitivamente" encerradas.
A História faz-se todos os dias e não tem fim, pois não é uma entidade fixa, cindível em compartimentos ou momentos estanques, mas uma convergência de integrantes transformadoras.
Só o futuro dirá como vai ser o futuro...
Uma vez mais, a homenagem de um homem de Direita, livre, a outro homem de Esquerda, livre também.
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