Vários movimentos monárquicos portugueses encontraram-se domingo, em Celorico de Basto, também para celebrarem o dia 5 de Outubro, mas de 1143, dia da assinatura do Tratado de Zamora. As diferentes associações e sensibilidades comprometeram-se a esquecer divergências e unirem-se à volta e no apoio a D. Duarte Pio.
Em declarações ao Diário do Minho, Manuel Beninger, presidente da distrital de Braga do Partido Popular Monárquico (PPM), explicou que a ideia deste encontro partiu precisamente desta estrutura partidária.
«Nós também comemoramos o dia 5 de Outubro, mas de 1143. É a data do Tratado de Zamora, da fundação da nação portuguesa. Por estranho que pareça, Portugal não comemora o dia da sua fundação.
Deve ser dos poucos países que não festeja o seu nascimento», criticou.
Segundo este responsável, impulsionados por essa data, o PPM de Braga encetou contactos com vários movimentos monárquicos para a realização de um evento, onde se pudessem congregar, no mesmo sítio, vários movimentos em torno da mesma figura da família real. «Resolvemos pôr de lado todas as diferenças e dar um apoio inequívoco à sereníssima Casa de Bragança, na pessoa do D. Duarte Pio. Este é um grande momento de unidade para a causa real», disse Manuel Beninger. Vários elementos da Real Monarquia Portuguesa também estiveram presentes no encontro, para darem o apoio à causa. «O objectivo é caminharmos num só caminho, sem questiúnculas laterais sem sentido nenhum. Depois deste encontro, nada será como dantes.
Estão serenadas as hostes em torno de quem é quem. Esclarecemos por completo que só há um caminho que é o da unidade. Vamos continuar a trabalhar nesse sentido. Mesmo que haja alguma divergência sobre o legado histórico», reforçou. No encontro estiveram os presidentes da Real Associação de Braga e da Real Associação de Trás-os-Montes, bem como representantes da Real Monarquia Portuguesa, que estava desavinda. Aliás, o próprio PPM também estava, porque o antigo presidente discordava de D. Duarte Pio. «A grande mensagem que sai deste encontro é de um movimento unido numa pessoa, sem derivações paralelas. É um passo importante. Houve coragem e cedências de parte a parte para caminharmos em torno da mesma figura».
Causa real forte puxa pela democracia republicana
Francisco Pavão, presidente da Real Associação de Trás-os-Montes, deixou claro o apoio a D. Duarte, chefe da casa real, e saudou os vários movimentos e sensibilidades em torno do chefe. Espera que do encontro saiam ideias para a causa real. Lembrou que a República teve períodos negros, sobretudo no início. «Houve perseguição à Igreja e a cidadãos, as mulheres perderam o direito de voto, ou seja, houve muita coisa má que continua a ser escondida», disse.
José Carlos Menezes, da Real Associação de Braga, também entende o encontro como uma oportunidade para dar visibilidade à causa. Lembra que as democracias mais estáveis da Europa são monárquicas, pelo que Portugal também tinha a ganhar com uma monarquia constitucional.
Joaquim Mota e Silva, presidente da Câmara de Celorico de Basto, republicano assumido, não teve problemas em abrir as portas dos Paços do Concelho aos monárquicos. «A Câmara tem sempre esta postura. É uma forma de estar muito plural. Gostamos de receber muito bem aqueles que vêm por bem a esta terra», afirmou. Aliás, Mota e Silva tem uma forma curiosa de olhar para o movimento. «Para o nosso país, quanto mais forte for a causa monárquica, mais evoluída pode ser a democracia republicana. É como nos partidos políticos. Quanto mais forte for a oposição, mais puxa pelo poder». Por outro lado, acrescenta, desde que as pessoas defendam as suas ideias com rigor e respeito, como é o caso, não pode haver problema algum.
«Quando se trata de religiões, o Papa defende um diálogo ecuménico para que haja paz. Aqui a lógica tem que ser a mesma, dentro da ordem democrática e do respeito pela diferença».
RECEPÇÃO NOS PAÇOS DO CONCELHO DE CELORICO DE BASTO
Recepção nos Paços do Concelho (*)
Neste momento de profunda solenidade, aqui nos Paços do Município de Celorico de Basto, gostaria de manifestar perante o Senhor Presidente, Dr. Joaquim Mota e Silva, o nosso mais profundo agradecimento, por ter permitido reunir neste dia 3 de Outubro, um grupo de monárquicos, que inseridos numa republica, defendem valores morais, patrimoniais e identitários.
Estamos-lhe gratos, porque desta terra se fez muito deste nosso Portugal, e se traçou em muitos livros o seu nome – Celorico de Basto.
Estamos-lhe gratos, porque se lembrou de homens e mulheres que defendem Portugal.
Obrigado
(Manuel Beninger)
(*)
Engº Francisco Pavão – Real associação de Trás-os-Montes e Alto Douro
Drº José Carlos Menezes – Real Associação de Braga
Drº Joaquim Mota e Silva – Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto
Engº Manuel Beninger – Distrital de Braga do P.P.M.Recepção nos Paços do Concelho |
ALMOÇO OFERECIDO PELA CÂMARA MUNICIPAL
Ex.mo Senhor Presidente da Câmara de Celorico de Basto
Ex.mo Senhor Presidente da Real Associação de Braga
Ex.mo Senhor Presidente da Real Associação de Trás-os-Montes e Alto Douro
Ex.mo Senhor Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional do PPM
Ex.mo Senhor Don Camilo Marquês de Baamonde
Senhoras e Senhores
Gostaria de agradecer todas a disponibilidade prestada por este Município, em organizar este evento.
Estamos certos que este sucesso que ainda agora iniciou, é um marco para uma relação entre o passado e o presente, mas que irá permitir um futuro.
Hoje, aqui, defendemos a história de Portugal, a nossa identidade, mas também o desejo de recordarmos aqui que fomos, como incentivo para aquilo que podemos voltar a ser.
Um povo corajoso, que possuiu colónias maiores que o nosso continente, que espalhou a nossa língua, pelo quatro cantos do mundo.
Neste almoço gostava de lançar um pedido.
O Banco Local de Voluntariado de Celorico de Basto está a promover uma campanha de solidariedade com vista à recolha de fundos para aquisição de um elevador de transferência.
Trata-se de uma ajuda técnica que visa prestar apoio à transferência e elevação de pessoas com mobilidade reduzida, como é o caso do Paulo Filipe Carvalho Martins.
Este jovem de 13 anos, residente na freguesia de Gémos no Concelho de Celorico de Basto sofre de distrofia muscular progressiva.
Distrofia muscular é uma doença genética que afecta os músculos causando degeneração com perda de autonomia de movimentos.
O Paulo Filipe é um jovem lutador que conta com o apoio incondicional de seus pais, que apesar da sua situação financeira esforçam-se por prestar todos os cuidados necessários ao seu bem estar. Esta ajuda técnica revela-se fundamental para lhe prestar os cuidados básicos de higiene com conforto e segurança, permitindo a adequada transferência para a cadeira de rodas, para o banho ou até mesmo para a cama, apenas com a ajuda de uma única pessoa.
A associação do Banco Local de Voluntariado de Celorico de Basto a esta causa reveste-se de especial importância, no sentido de proporcionar o mínimo de bem estar ao Paulo Filipe e aos seus pais que vivem angustiados com esta doença.
Assim, pretendemos a ajuda de todos para minimizar o sofrimento e elevar o bem estar e a sua qualidade de vida.
O Banco Local de Voluntariado de Celorico de Basto agradece o seu nobre gesto.
Ser monárquico é também saber ajudar e participar em acções sociais como esta.
Agradeço a todos, a vossa disponibilidade para ajudar que precisa.
Obrigado e Viva Portugal!
(Manuel Beninger)
“Ou a República anda da perna ou a perna dá um pontapé na República”.
Drº Joaquim Mota e Silva, Presidente da CM de Celorico de Basto
CONFERÊNCIA MONARQUIA 2010 COM A PRESENÇA DE S.A.R. O SENHOR DOM DUARTE, DUQUE DE BRAGANÇA
Conferência “Monarquia 2010! (*)
Sua Alteza Real D. Duarte de Bragança
Exmo. Sr. Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto
Sr. Presidente da Mesa do Congresso e do C.N. Nacional do PPM
Sr. Presidente da Distrital de Braga do PPM
Srs. Representantes das diversas Associações Monárquicas
Caros Amigos Monárquicos
A Comissão Política do PPM, ao enviar a este dia da União Monárquica, dois dos seus mais altos dirigentes nacionais, pretende dar um sinal inequívoco de que se encerrou em definitivo um ciclo de afrontação pessoal, abrindo-se um novo ciclo de união e diálogo entre todos os monárquicos.
O PPM deixa aqui, uma mensagem muito clara, para quem duvidava, do profundo respeito que a Sereníssima Casa de Bragança e seu Chefe, Sua Alteza Real o Sr. Duarte nos merece.
Os desafios que hoje se colocam ao Povo Português são de dimensão tal, que exigem de todos os portugueses sem excepção, o sentido de responsabilidade e de Portugalidade que os monárquicos, de forma superior, sempre souberam assumir. Daí que a união seja fundamental para nos tornarmos mais fortes e mais respeitados pela República. A Pátria assim o exige e, acima de tudo, o merece.
O PPM como Partido Político, co-habitando com os demais partidos democráticos republicanos, ainda que a sua expressão eleitoral não traduza a sua dimensão real, é visto e respeitado pelos seus pares como uma voz autorizada dos monárquicos.
Cabe, assim, através do nosso sentido de responsabilidade apelar a todos os monárquicos para que respeitem o PPM e, se assim o entenderem, tragam para o partido propostas e ideias capazes de nos tornar melhores e ainda mais credíveis.
O Partido esteve e sempre estará de portas abertas para receber e valorizar a vossa imprescindível colaboração.
Em sintonia com os seus estatutos e porque vive sob o regime Republicano, o Partido Popular Monárquico nunca poderia ser o Partido do Rei, mas deverá, por força da sua acção política, ser capaz de ganhar a estima do Povo Português, para que um dia consiga, aquilo que todos desejámos - restaurar a monarquia Portuguesa.
Hoje o Partido está diferente, a sua acção política é respeitada e as distritais estão activas e com uma efectiva produtividade, que muito vem dignificando o PPM.
Nestes 100 anos de República, mais do que nunca o Partido se tem empenhado em denunciar o lamentável artigo 288 alínea b) da Constituição Portuguesa, que se diz muito livre, avançada e progressista mas que notoriamente é segregacionista e discriminatória, impedindo os portugueses de se sentirem cidadãos de pleno direito no que concerne à livre escolha de Regime, porque lhes é vedado um direito elementar, consagrado em qualquer Constituição verdadeiramente democrática.
A partir deste dia 3 de Outubro de 2010, tudo será diferente, e Celorico de Basto, terra de fortes tradições monárquicas, ficará para sempre, indelevelmente ligada a um evento que mudou o rumo da história do Movimento Monárquico em Portugal.
Temos a forte convicção de que a expressão eleitoral do PPM, nas próximas eleições será uma surpresa para os Republicanos, que até hoje sempre apostaram nas lutas fratricidas entre os Monárquicos.
O PPM, dá assim um forte contributo pela união, sendo agora preciso potenciar as sinergias e concentrar esforços em objectivos comuns.
Ao amigo Manuel Beninger, Presidente da Distrital de Braga, e grande impulsionador desta louvável iniciativa, por tudo o que tem vindo a fazer com grande dignidade e competência, o partido, reconhece e agradece a um dos seus mais produtivos militantes.
A todos que aqui quiseram vir participar e testemunhar estes eventos, que estamos certos ficarão na história do partido e do País, dizer-lhes que nos orgulha a vossa presença.
Por último e como o nosso povo diz, os últimos são os primeiros… importa aqui salientar, que o PPM Nacional, enaltece a coragem política do Sr. Presidente da Câmara de Celorico de Basto, que ao acolher este evento provou que além de ser republicano é antes de mais um português e grande democrata, o PPM agradece e a História se encarregará de lhe fazer justiça.
Por Portugal, pela Coroa e pela Restauração da Monarquia.
Adrião Saraiva Gonçalves
Vice-Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional do PPM
(*)
Engº Paulo Alves – Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional do PPM, Drº Joaquim Mota e Silva – Presidente da Câmara Municipal de Celorico de Basto, SAR O Senhor Dom Duarte Duque de Bragança, Adrião Saraiva Gonçalves – Vice-Presidente da Mesa do Congresso e do Conselho Nacional.O Senhor Dom Duarte na Conferência "Monarquia 2010! "(*)
Comemora-se este ano, uma fantasiosa estrutura, dita democrática, apelidada de república.
Nós iremos comemorar no dia 5 de Outubro a nossa fundação, e sempre que comemoramos alguma efeméride, é o nome de Portugal que comemoramos.
Somos Monárquicos, defendemos uma restauração de uma Monarquia, defendemos a restauração da nossa identidade.
Mas só num espírito de união, de unificação de todos os monárquicos, é que nos permite um dia, a nossa tão esperada monarquia.
Queremos uma Monarquia!
E por isso, em termo de compromisso, por Portugal e por uma monarquia, vos peço, que neste solene momento nos unamos e ditemos a organizar, a promover iniciativas em conjunto, para que um dia em monarquia, possamos gritar viva o Rei!
(Manuel Beninger)
(*) Eduardo da Costa Seixas, Manuel Beninger e José Carlos Menezes
“Ou a República anda da perna ou a perna dá um pontapé na República”.
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