Príncipe Real D. Carlos e o Infante D. Afonso, Palácio Real da Ajuda, 1869.
Fotografia assinada por Laurent quando esteve em Lisboa e cujo original se encontra no Palácio Nacional da Ajuda. Inv. F643
Filho segundo do Rei D. Luís e de D. Maria Pia, embora submisso e dócil, de quanto em vez tinha os seus espontâneos rasgos de moderno contestatário frente à autoridade real.
Viva a República! Viva a República! Eram estes os inflamados gritos que se ouviam na sala do Palácio de Sintra, onde o Rei D. Luís despachava, às quintas-feiras, os assuntos de Estado.
A Família Real, por costume, aí estanciava no Verão.
Aos Príncipes, contudo, não era permitido quebrar a rotina de disciplina e estudo, mantida sob a férrea vigilância de D. Maria Pia, porque para se ser REI era e É PRECISO uma preparação constante, a todos os níveis.
NADA É DEIXADO AO ACASO. REINAR é saber DEFENDER o INTERESSE de PORTUGAL e dos Portugueses.
O barulho e os gritos dando vivas à república intrigaram, mais do que alarmaram, o Rei e os ministros. Mandado um dos ajudantes inquirir da origem de semelhante desatino, o enigma logo é desvendado - o autor da revolução no paço, era, nem mais nem menos que o Infante D. Afonso, que fechado no quarto, de castigo a mando da mãe por não saber as lições, gritava a plenos pulmões o seu descontentamento contra a imposição real. O Rei voltando-se para os ministros, sorrindo disse:“ Fecharam-no e dá vivas à República… Ora aqui está um príncipe democrático!…”
Infante D. Afonso de Bragança.
Albumina Cartão Cabinet feita a partir de um negativo em vidro de colódio húmido, ca. 1869. Autor J. Laurent
Isabel da Veiga Cabral
(Fonte: Real Associação do Médio Tejo)
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