«Se a monarquia representativa se tivesse mantido fiel ao espírito progressivo da Carta… o Partido Republicano não teria tido condições de vida.» (“Formação da Ideologia Republicana, 1820-1880”, Joaquim de Carvalho in “História do Regime republicano em Portugal”, Luís Montalvor, vol I)
“É habitual afirmar-se que na monarquia liberal, “o rei reina, mas não governa”. A fórmula, contudo, não deixa a claro as prerrogativas exercidas pelo monarcas portugueses da época. De facto, se algum poder se sobrepôs aos outros, durante a Monarquia constitucional, foi o executivo. A acção política exercia-se de cima para baixo. Ao nomear os ministros, o rei constituía governos da sua confiança; e os governos eram sempre o “grande eleitor” que trazia à Câmara fortes maiorias. Quando caíam, não era porque essas maiorias os abandonassem, mas porque se gastavam e a Coroa, lhes retirava a confiança.
Foi o poder moderador do rei que salvou o sistema representativo da degeneração parlamentarista, se por tal entendermos o crescimento enviesado do poder legislativo, e a sua intromissão abusiva nas áreas dos outros poderes constitucionais.”
Do Prefácio:
“Em meados de Outubro de 1910, a maior parte dos jornais, revistas e folhetos que circulavam em Lisboa apresentavam representações variadas de uma rapariga, algo desnudada, desenhada em estilo art Nouveau, com os cabelos ao estilo clássico enfiados num barrete frígio e que fitava com ar fatal as brumas do futuro. Era uma figuração política e ao mesmo tempo o ídolo religioso de uma pátria e de um regime, exasperação emocional servida pela pequena burguesia que subira ao poder a um povo com emoções marianas. Oh ! Era a República!”
(Fonte: Blogue "Esquerda Monárquica")
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