sábado, 15 de janeiro de 2011

PEDRO QUARTIM GRAÇA: PASSAR CHEQUES EM BRANCO? NÃO OBRIGADO!

 

Nunca compreendi a posição daqueles que gostam de votar em branco. Muito menos quando, na prática e através desse tipo de voto, não fazem mais do que passar um cheque em branco ao Regime. Votar, nulo ainda compreendo. Trata-se de um voto de protesto. Votar em branco não é mais do que evidenciar no boletim de voto a vacuidade de uma intenção, quiçá boa por parte do seu autor mas, na verdade, imperfeita e perigosamente expressa. O Regime, naturalmente deliciado, agradece. Tratou-se de um voto válido, que não contou como abstenção, essa sim penalizadora para quem vai a votos, e foi completamente inofensivo no que diz respeito a fazer "mossa" ao poder.
Em qualquer dos casos, anulando o seu voto ou votando em branco, está sempre a ajudar o candidato ou o partido com o qual não concorda a continuar no poder. Sai da assembleia de voto convencido que compareceu para cumprir os seus deveres de cidadania mas, no final, o seu voto de nada serviu. Foi de uma perfeita inutilidade. A alternativa? Na verdade existem duas: vote em alguém ou, ao contrário, abstenha-se. 
São essas as duas únicas mensagens que o poder percebe. Tudo o resto é inútil.

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