Sei agora, e aqui fica o agradecimento a quem me informou, que existiu um soldado com o nome Porto. Não faz muito tempo que vi um programa do professor José Hermano Saraiva na RTP2 (A Alma e a Gente) sobre alguns aspectos da cidade do Porto, as caves de vinho do Porto (que até são na outra banda) os novos circuitos turísticos em réplicas de barcos rabelos, em autocarros abertos e helicóptero. O programa terminou junto à Sé Catedral e eu pensei que era desta vez que ia ouvir falar da estátua abandonada, mas não, sobre o assunto que me vem inquietando há muito tempo, nada. A câmara ainda focou-a de relance, mas só parou na Casa dos 24. Reparei no entanto que o professor repetidamente virava e revirava um folheto de publicidade onde se liam muito bem os nomes de uma empresa produtora do afamado vinho e outra, por acaso a mais forte nos passeios para turistas, a única que para o efeito utiliza um autogiro, pensei que era um caso de publicidade encoberta, mas não acredito que o mestre seja capaz de tal. A estátua do soldado Porto está emparedada pela Casa dos 24 no largo do Terreiro da Sé, quando nela reparei pela primeira vez deveria ter os meus 4 ou 5 anos de idade e ela encontrava-se junto à Muralha Fernandina no Largo Actor dias, num espaço ajardinado inscrito na toponímia da cidade sob o nome Jardim do Porto, hoje o mesmo local chama-se Jardim Arnaldo Gama e no mesmo sítio onde estava o Porto está o romancista/jornalista. Passados muitos anos a estátua desapareceu do local acima referido (por ocasião da inauguração da estátua a Vimara Peres junto à Sé do Porto) e eu reencontro-a nos jardins do Palácio de Cristal junto ao pequeno torreão sobranceiro à Rua da Restauração que desde miúdo me habituei a chamar castelo, por lá ficou mais uns anos, mais tarde é trasladada para o sítio onde está actualmente mas entretanto constroem aquilo a que eu chamo o mamarracho da Sé (a Casa dos 24) emparedando-a. Soube agora que o Porto (soldado) não tem grande interesse na gesta da cidade ao contrário de Vimara Peres que reconquistou a cidade aos mouros em 868. Também me informaram que quando se reconstruiu a Casa dos 24 a estátua em questão deveria ser mudada de sítio ou voltada para o terreiro da Sé, de frente para quem passa, mas ficava de costas para a cidade, criou-se então um impasse que dura há demasiado tempo.
Ao contrário de Nuno Cardoso, nunca encontrei o Dr. Rui Rio na zona histórica, se calhar é por isso que tudo está como está.
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